quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Curandeiro Canalha

Hoje recebi um e-mail intitulado FANTÁSTICO - FERNANDÓPOLIS. Vamos apreciá-lo... [abre aspas:]

"POR FAVOR, REPASSEM A TODOS OS SEUS CONTATOS, ESSE TEXTO ESCRITO PELO MÉDICO E MAÇON, DR. PAULO FANTINI, DE FERNANDÓPOLIS.

LEIA COM ATENÇÃO!!
OLÁ, COMO SABE RESIDO EM FERNANDÓPOLIS - SP.
- Pois bem, domingo passado assistimos no programa dominical do Fantastico uma matéria que não retrata em nada a realidade vivida por nossa cidade.
- Fernandópolis é uma cidade mediana, pacata do interior de São Paulo, com algo em torno de 65.000 habitantes, e sede de comarca de 14 municípios, totalizando algo em torno de 160.000 habitantes.
- Uma região de cultura diversificada, porém com predomínio de cana p/ produção de álcool, além de produção de carne, leite, laranjas e outros; tem comercio mediano e uma industria que engatinha.

- Tem duas Universidades, sendo uma Fundação e outra Particular, com cursos variados, dentre eles: odontologia, farmácia/bioquímica, enfermagem. fonoaudiologia, fisioterapia, medicina veterinária, engenharias (alimentos/agronomia/civil/mecânica), nutrição, direito, MEDICINA (c/ hospital escola = Sta Casa = c/ residência reconhecida pelo MEC nas áreas básicas); com uma população universitária que passa dos 10.000 estudantes.
- Temos um Batalhão da Polícia Militar (sede regional, com ronda escolar funcionante), Delegacia Seccional de Polícia (c/ delegacias especializadas, inclusive de entorpecentes), Batalhão de Polícia Ambiental, Destacamento de Pocícia Rodoviária Estadual, Delegacia de Polícia Científica (IC e IML), além de uma Vara da Infância e Juventude que trabalha em sintonia com o Conselho Tutelar e com a Polícia Civil, onde após o famoso "Toque de Recolher", implantado pelo Juiz Evandro Pelarim, reduziu significativamente a incidência de furtos e roubos (dentre eles de DVD e Toca CD dos veículos), além de resgatar a moral e estima de famílias que tinham jovens em situação de risco.

- Recentemente foi conquistado uma ZPE (zona de processamento de exportação = zona franca de industria e exportação), da qual estamos ainda vivendo um momento de euforia.

- Realmente aqui existem "drogas" como em todas as cidades normais e medianas do Brasil, porém NADA comparado com a matéria apresentada pelo Fantastico; faz-se oportuno informar que a matéria teve as gravações realizadas por 4 meses e somadas foram ao ar (então penso se gravaram porque não atuaram quando deveriam?). Realmente Não entendi a finalidade daquele documentário, se a fizeram é para denegrir a imagem desta Cidade. Penso que terão que fazer de todas as Cidades deste imenso País, e imaginem onde a Vara da Infancia e Juventude não é atuante? Onde não tem Ronda Escolar? Onde o Conselho Tutelar é simbólico? Onde não tem Delegacia especializada em entorpecentes? Então pergunto: Por que Fernandópolis? E o restante??...

- Afinal aqui ainda é uma cidade que se pode colocar a cadeira na calçada e bater longos papos com os vizinhos nas noites de verão.


Um grande abraço a todos.
Paulo Fantini (Fernandópolis)" [fecha aspas].

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Olá Paulo Fantini! Tudo bem? Li seu e-mail a respeito da reportagem da Globo e realmente o achei comovente! Escorreu uma lágrima em meu rosto...

Mas relaxemos... A mídia (no caso) O Fantástico se acha a Polícia do Brasil e/ou de Fernandópolis. Nada mais comum! É apenas uma inversão de papéis. Existe médicos corrigindo jornalistas e jornalistas dando uma de investigadores criminais, ao passo que, os investigadores criminais se acham políticos... [risos hilários].

Tudo isso faz parte da ordem econômica atual, ou seja, da flexibilização do trabalho, da flexibilização das funções.

Somos adultos polifuncionais e até as crianças já estão aprendendo isso... Veja só: elas estudam ao mesmo tempo em que ficam no MSN ouvindo música e falando no celular. Elas crescerão assim e serão profissionais flexíveis! Polifuncionais! Não é o máximo?!

Sendo assim, não há nada de mais em jornalistas investigarem mal um caso ou, como foi citado, reportarem mal um caso. É mais ou menos como o médico (cheio de título e anos de experiência) que me atendeu para curar minha conjuntivite. Ele me receitou um remédio para deter as "bactérias conjuntivitas" , mas minha conjuntivite era viral (ou "virótica, como o outro médico disse). Quase fodi ainda mais minha visão, mas tudo bem... Erros acontecem... E no Brasil quase sempre dão em nada. Noves fora dá em nada.

Eu não me preocuparia com a cadeira pousada na calçada para um bate-papo em Fernandópolis; mas me preocuparia com faculdades que contribuem para o crescimento da cidade e, por sua vez, com aumento de tudo: de prédios, de ruas, de shopping (por que não?), de hospitais, de médicos (olha o desemprego nobre!) e, até, de violência. Coisa da tendência atual! No e-mail foram usadas faculdades de Fernandópolis como sinônimo de um orgulhoso progresso, mas lembrem-se: quando o progresso realmente emergir, junto virá o seu preço. Exemplo disso foi o que aconteceu em S. J. Rio Preto... Um amigo meu foi assaltado no semáfaro da Faculdade D. Pedro I...

Então fiquemos tranquilo! Enquanto Fernandópolis for uma cidade pequena (65.000 habitantes) poder-se-a sentar em uma cadeira na calçada de uma pacata rua interiorana. E, sendo ainda pequena, o resto do Brasil logo se esquecerá dessa notícia reportada pela Rede Globo.

Portanto, "colega de profissão" (já cortei meus pulsos uma vez... [risos]), não alarmemos a população via internet, pois nossos e-mails se propagarão e poderão levantar à nação um problema que, como o nobre colega constatou, nem existe. Pois bem... Repassar este e-mail nada mais é do que mexer na merda. E quanto mais nela se mexe, mais se fede. Usufruamos do que o brasileiro tem de bom: a memória... Curta!

E, A QUEM ME REPASSOU ESTE E-MAIL, por favor... Menos! Para escrever uma carta eletrônica de cunho reflexivo sobre cidadania, não é necessário usar o título da medicina para que o doutor tenha credibilidade... Bastava usar o título de cidadão Paulo Fantini (ou somente o maçon Paulo Fantini, caso queira elucidar a Ordem), mas aí não teria força, né? Bobagem... Bobagem...

Essa mania pode acabar queimando os médicos (nem ouso falar mal deles...), passando-lhes um caráter arrogante. E tal mania me soa como um insulto social!


obs: repararam como no e-mail do médico a faculdade de MEDICINA teve mais destaque? Pequenos gestos, grandes revelações. É esta a minha crítica! Um "curandeiro canalha" também pode ter razão. Inventaram essa merda agora de monopólio da razão? Ou sempre teve? Chega meu! Estou de saco cheio de pessoas se acharem superiores devido à profissão que exercem na razão do trabalho da hierarquia monetária social! Vai tomar no cu!


HUGO PEZATTI é cidadão canalha.
pronunciarock@yahoo.com.br

4 comentários:

  1. Caro amigo e colega de profissão Hugo "Canalha" Pezatti, simplesmente fantástico foi esse consolo, pois de meus olhos amarelos também escorreu uma lágrima. Faço minhas as últimas 4 palavras da observação que, ao meu crivo seria uma resposta imediata perfeita: Vai tomar no cú!!

    MATTEUS "CANALHA" PIRUKA

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  2. Que bom, Canalha Piruka! Achei que só eu pensasse assim...

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  3. É... Parece que nosso colega, o MÉDICO Doutor Paulo Fantini, terá que retirar a sua cadeira da calçada... Na quarta-feira, dia 16 de setembro (2010) aconteceu um outro problema (este, reportado pelo Diário da Região e outros...) em Fernandópolis: assassinato no centro da cidade e em plena luz do dia...

    confira: http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Noticias/Cidades/26214,,DIG+investiga+se+execucao+esta+ligada+a+tortura+policial.aspx

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