terça-feira, 31 de agosto de 2010

sábado, 28 de agosto de 2010

Viva o Download!

Desde o advento da conexão banda larga pude ter acesso a discos e filmes inimagináveis há alguns anos atrás. Hoje em dia, somos capazes de encontrar discografias e filmografias completas e acessíveis para download das maiores bandas de Rock do mundo. Imaginem que, nos anos 90 conheci e me apaixonei de primeira pelo Toy Dolls. Porém, o único material que eu tinha deles era uma gravação de um vinil de um amigo em fita cassete. Hard Times! Nesta toada, demorei uns cinco anos para conseguir ver a cara dos integrantes da banda, pois não conseguia sequer uma foto deles. Bastou alguns meses de banda larga aqui em casa, para ter toda a discografia e alguns shows ao vivo (apesar do alto custo e do péssimo serviço de banda larga no Brasil). Assim é que deixo para vocês alguns links de blogs para "baixarem" (e vamos parar de substituir português pelo inglês) as grandes obras do Rock mundial...e as nem tão grandes assim.

http://vivalesbootlegs.blogspot.com

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ao mestre (canalha) com carinho

Depois de um post ornado com iluminuras do meu querido amigo canalha, onde nos comentários lembraram do Sr. Mestre Zé Canaleta Phodástica, abaixo vai:



SPAM
De Rubem Fonseca

-Você quer se tornar um hacker e aprender a colocar crédito de graça em seu celular pré pago; a usar sem pagar qualquer provedor da internet; a manipular, a seu critério, contas bancárias, contas de água, de luz e telefone; a invadir sites, elaborar e decifrar criptografias, criar vírus, worms e trojans horses?

-Você quer, sem tomar pílulas ou sofrer cirurgias, aumentar o comprimento do seu pênis entre três e sete centímetros, aumentar o diâmetro da verga e engrossar a glande, além de tornar mais abundante o fluxo da sua ejaculação?


-Você quer receber os endereços eletrônicos de doze milhões de pessoas da área empresarial, política, artística e cultural, não apenas do Brasil, mas de outras partes do mundo, muitas delas famosas e influentes?


-Você quer sincronizar suas ondas cerebrais de maneira a combater o estresse, a insônia, a ansiedade, a impotência, a depressão, apenas instalando o nosso software e usando o nosso kit com óculos conectados ao computador, quinze minutos ao dia?


-Você quer emagrecer cinco quilos por mês, sem remédios, sem exercícios exaustivos, sem sentir fome, frustrações e distúrbios neuróticos?


-Você quer saber se alguém está mentindo para você? Nós temos um aparelho que revolucionou a técnica de detecção de mentiras, desprezando a complicada parafernália dos medidores de ritmo cardíaco e apenas analisando o som da voz, seja pessoalmente ou através do telefone. O nosso aparelho, que pode ser oculto na roupa do investigador, consegue descobrir, com absoluta precisão cientifica, o grau de dissimulação, cautela, tensão, emoção e medo da pessoa analisada, não importa o controle que ela tenha sobre o lobo frontal do hemisfério esquerdo do cérebro. Indispensável, no mundo em que vivemos.


-Você quer obter 500 sugestões criativas e lucrativas para conseguir obter o seu negócio próprio e desenvolver seu espírito empreendedor?


-Você está precisando de um detetive particular, de extrema confiabilidade, para ajudá-lo a esclarecer e a descobrir assuntos confidenciais do seu interesse? Temos o mais aparelhado escritório de investigação particular do país. Realizamos grampos com gravações em telefones, fixos ou celulares; instalamos, em qualquer ambiente, câmaras de vídeo e microfones ocultos; acampanamos, secretamente, qualquer pessoa. Fornecemos, além de relatórios circunstanciados, as respectivas gravações, fotos, vídeos e filmes feitos por nós.


Creio que todos aqueles que têm computador e usam o correio eletrônico recebem também muitas mensagens desse tipo. Mas recebi uma que me parece mais rara. Aqui vai ela, transcrita ipsis literis:

XANDO

O senhor provavelmente nunca ouviu falar de nossa associação, o Clube dos Estúpidos. Sou Secretário de Divulgação e Relações Públicas do clube. O nosso lema é a frase do grande poeta alemão, Friedrich Schiller: Contra a estupidez humana até os Deuses lutam em vão. A criação do Clube dos Estúpidos, no Brasil, segue o modelo dos clubes de estúpidos de outros países, como Inglaterra, Alemanha, Holanda, Estados Unidos, Rússia, França, Espanha, Portugal, Bélgica, África do Sul, Japão, Grécia e Luxemburgo. A estupidez tem como características principais a sofisticação e a ubiqüidade, além de ser, para o indivíduo, um forte fator motivacional. É infundada a acusação comumente feita aos estúpidos de serem privados de inteligência e discernimento. Os neurofisiologistas sabem muito pouco sobre o funcionamento da mente humana. Se inteligência é, como dizem, a capacidade de resolver situações problemáticas novas, mediante reestruturação dos dados perceptivos, os ratos de laboratório não fazem outra coisa senão demonstrar tal aptidão. E essa disposição para compreender e adaptar-se facilmente, é, na verdade, uma forma de conformismo. Nós, os estúpidos, não aceitamos as regras e valores convencionais impostos pela sociedade, por isso dizem que nos faltam sensatez e critério.

As atividades do clube, assim como a identidade dos associados, são mantidas em segredo. Existem várias enciclopédias, dicionários e teorias sobre a estupidez, sendo a mais conhecida A Teoria da Estupidez, do alemão Hans von Eitel, em oito volumes. Mas von Eitel, como a maioria dos outros autores que escreveram sobre o assunto, é um oportunista aproveitador, ele nunca foi membro, como alega, do clube de Bonn, um dos mais ativos da Alemanha. Porém von Eitel está certo quando afirma que estupidez não é a mesma coisa que falta de inteligência, e que, não obstante seja uma característica humana essencial, não se sabe o que a estupidez é exatamente. Quando um ser humano nasce, Deus lhe concede, como suprema graça, a capacidade de ser estúpido. Aquele que exerce esse dom é sempre feliz.

Os associados fazem juramento solene de não revelar o nome dos outros membros do Clube, nem a identidade dos doadores de recursos que ajudam a financiar as atividades da associação, para não expô-los ao escárnio, à inveja e ao mau-olhado dos outros. Temos sede própria, mas mantemos nosso endereço e o local das nossas reuniões em segredo. Assim como ocorria antigamente na maçonaria, quando poucos sabiam que o imperador D. Pedro I dela fazia parte, o Clube dos Estúpidos tem vários sócios importantes, destacadas figuras dos setores político, econômico, social, educacional, acadêmico e cultural do país, cuja filiação associativa é desconhecida do público.

São aceitos sócios de todos os estados do Brasil, desde que comprovem, com palavras e atos, possuírem condições para serem admitidos. O clube se reúne uma vez por mês, em cidades diferentes, quando são feitas palestras dos sócios e debatidas as maneiras de se alcançar a condição conhecida como "estupidez plena". Em nossa última reunião, dois sócios propuseram como temas para discussão o apotegma de Zenon "Temos duas orelhas e uma só boca, por isso devemos ouvir mais do que falar", e a indagação filosófica de Joaquim Araújo, "Uma consciência pesada tem quantos gramas?".

Os candidatos, com exceções especiais, como no seu caso, para serem aceitos como sócios são submetidos a uma entrevista prévia, na qual devem relatar, devidamente confirmada por testemunha idônea, uma ação pessoal taxada de estúpida por terceiros. O atual presidente do Clube, professor de uma importante universidade paulista, entre outras estupidezes cometidas, passou um mês de férias, no Rio, na praia de Ramos, pensando que estava em Copacabana, além de ter levado para fazer cocô na praça um cachorro e um gato, juntos numa única guia com duas coleiras, inventada por ele com objetivo de educar esses animais fazendo cessar a hostilidade existente entre eles, mas que, lamentavelmente, causou a morte do gato.

O seu nome, prezado XANDO, foi indicado por um dos membros do nosso quadro associativo. O Comitê de Seleção, depois de analisar o seu curriculum vitae e constatar suas qualificações, pediu-me que lhe escrevesse dizendo da nossa honra em termos o amigo como membro do nosso Clube. Estamos aguardando sua visita.
 
Retirado do livro "O Romance Morreu", Publicado originalmente por Rubem Fonseca em 23/10/2003.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A Rodada de Outubro

Vê lá o que cê vai fazer hein! (Enquanto as cartas eram “cortadas” na mesa). A sobrancelha do meu parceiro levantou. A hora era agora!

Um dia antes...

A dor intestinal era intensa e nada densa. Saia água marrom meio amarela; da cerveja de ontem. Como é que pode uma coisa dessas? Meu “olho debaixo” está roxo de tanto papel! E fresco, pois agora só aceita o bidê ou o chuveirinho com água morna. Muito fria dá choque. Bem... Fresco ele sempre foi mesmo. Aos esguichos e “arrotos” aos poucos fui me acalmando outra vez.

“Truco memo, negão!” – gritei. E o entusiasmo do meu parceiro elevava o feito a um orgasmo múltiplo acelerado pela adrenalina. Meu três de espadas fez a segunda. Agora eu vou ter que tornar.

A agitação turbulenta (louca para levantar e me levar embora) estremecia o meu acento. Ela ecoava pelo local, forte como um galo cacarejando em sinal de potência. Ouvidores no recinto negociavam a próxima rodada (“tem alguém de próximo?”). O fim era inevitável, mas relutava a acabar. Como o som de um fusca morrendo pausadamente na subida, minha dor intestinal sucumbiu ao prazer. Haveria de ser a última... Os ouvidores já haviam entrado em consenso e batiam em minha porta, mas meu prazer de alívio era ensurdecedor...

Revigorado, abri a segunda com um mero seis de ouro. E logo tomei um “seis mi, pato! Seis mi!”. Matematicamente, para as duas duplas eram desnecessários os seis pontos. Bastava três pontos pra eles e dois pra nós. Mão de onze? Talvez, mas o sinal foi claro! Era um sete copas, mas sabe como é.... Naquela altura não dava pra brincar. E nem “morrer de pau duro”. Entende? (Fala Pelé!). E aí, qual vai ser?

Vai sair ou não vai? Tem mais gente aqui! E para garantir, dei uma cheirada na mão; ver se o sabonete deu um jeito. É que quando tá líquido vaza pra tudo quanto é lado. A porta arredando e os novos ares entrando simbolizava o que eu queria fazer: abrir.

Abre! Eu quero ver! A velocidade pausada até modificava o som. E de novo o silêncio me fazia companhia - nos raríssimos segundos de alívio. Agora a merda já estava feita. A questão era saber quem ia sentir o cheiro. A regra do banheiro “quem caga não sente” não se aplicava a nossa mesa; não se aplicava ao truco. Mas a cara de luto do meu parceiro me fazia questionar o sinal. Foi o fim. Não deu, mas foi quase. Como é por aqui. Se foi quase, tá bão! Vamos jogar outra? Mas tem que esperar a próxima rodada... Eu disse rodada. Mas o que são quatro anos para quinhentos e dez anos de história? Quase nada. Tá bão. Se não der a gente tenta de novo...



HUGO PEZATTI é fundador e baterista da banda Pronúncia, historiador graduado pela UNESP de Franca e professor escolar | pronunciarock@yahoo.com.br |


terça-feira, 24 de agosto de 2010

OUTUBRO OU NADA

Época de eleição e já começam os e-mails, são fotos comprometedoras, artigos de jornais, piadas com os candidatos do momento. Tudo isso teria algum valor caso chegasse a nossos olhos com a imparcialidade necessária a esse assunto. Mensagens criticando governos e candidatos, alegando os prós e contras, não passam de barata propaganda eleitoral. E bota barata nisso já que a maioria dos e-mails que tenho recebido são de pessoas comuns que aparentemente não tem ligação alguma com os candidatos.
Meio a todo esse lixo eletrônico que é despejado diariamente em minha caixa de mensagens percebi que independentemente do candidato anunciado (ou denunciado em alguns casos) o objetivo é sempre o mesmo, convencer uma pessoa a ter a mesma opinião do que lhe envia a mensagem. Diante dessa guerra por provar quem está correto (não os candidatos, mas aqueles que os promovem gratuitamente através dos serviços de e-mail) resolvi entrar na dança.
O objetivo dessa mensagem é mostrar que todas as outras mensagens “políticas” (que de política nada têm) não devem servir de base para uma decisão tão importante quanto o voto, uma vez que não passa de pura propaganda. Basear seu voto num e-mail sensacionalista é equivalente a receber um panfleto de um restaurante e durante quatro anos não fazer nenhuma refeição que não seja a do panfleto. Isso não significa que devemos ignorar os e-mails ou panfletos, mas sim, entender que eles não passam de “vitrine”, e que a propaganda não reflete todo conteúdo do produto. A pesquisa de mercado não é valida somente para as compras de bens materiais, mas também para os serviços prestados (sim, serviços prestados, afinal qualquer político na esfera que seja ainda está a serviço do povo, ao menos deveria). Outubro está aí. Minha opinião está formada, não por e-mail ou santinho, mas sim por pesquisa, por ideais e valores que segui minha vida toda.

Está na hora de entender que o defeito de um candidato não torna o outro melhor, de escolher nosso candidato por suas virtudes, não pelos defeitos dos concorrentes.

O VOTO

NUNCA VOTE NULO! Votar nulo é alimentar o inimigo, é a contramão da democracia, só favorece quem está no topo. Pensar que votar nulo é protestar é pura ignorância. Voto nulo não impede a eleição de maus candidatos, só permite que eles continuem na mesma posição que estão.

O brasileiro sofre de um mal que tem arrastado a política nacional por uma mesmice sem fim. O que assistimos constantemente nos esportes, concursos e pesquisas é fato também nas urnas. O brasileiro não gosta de perder. Mas existe fórmula mágica para a vitória? Se existe não conheço, mas o povo se acostumou a uma fórmula que parece bastante simples. Torcer para quem já está ganhando. Assim é mais fácil, sem gozação para o perdedor, não existe frustração da batalha perdida. Conversando com algumas pessoas percebi que o que mais motiva o eleitor é a certeza de que seu voto irá para o “vencedor”.

Mas quem foi que disse que o primeiro é sempre o melhor? Que as propostas do 1º colocado na pesquisa são interessantes para todo o país? Eleição não é boxe, onde vence o mais forte ou corrida, onde vence o mais rápido. Eleição é disputa para ser vencida por quem tem projetos e idéias que mais coincidem com a vontade popular. O problema é que enquanto o povo brasileiro achar que estar do lado que “vence” é mais importante do que suas próprias necessidades, elegeremos sempre o que o jornal aponta como preferido.



Leandro Faustino

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Campanha Pronuncie-se!


Hey, canalha! O Blog já tem dois anos de mandato e você ainda não canalhou?! Então canalhe! Mostre que você lê a Rádio Canalha! Deixe-se seu comentário! É só dar play no final do texto!

As melhores capas Canalhas da história (é nóis)

É claro que não são as melhores. Até porque escolher as melhores vai tempo e opinião. Mas de acordo com a percepção canalhística desse ser que vos escreve segue em ordem de FISTAILE, porque canalha não faz pose...

  •  Porque é canalha? - Todas as capas do Ramones são Phodas, mas essa é demais. Até a barriguinha ai do Tommy não conseguiu queimar a capa.
  • Porque é canalha? - O Clash tem a capa mais canalha da história!!! Mas essa é Phoda também.
  • Porque é Canalha? - Saca o cara ai da frente? Parece que ele ta com uma metranca!!!

  • Porque é Canalha? - Essa foto na verdade é o fundo do primeiro disco do Toy Dolls, e o Olga conseguiu juntar nessa raridade um cara que parece o gordinho dos 3 patetas, e o próprio que possue sua cara de desenho animado!! Phoda manolo!!!
  •  Porque é Canalha? - Crássico!!! 4 cara feio pelado é canalha demais!!! Jesus!!
  •  Porque é Canalha? - Colocar uma mina que canta melhor que muito marmanjo (vide Lori Meyers do NOFX), tem uma boca "suave" e toca guitarra no meio de dois chifronésio que parece dupla sertaneja é canalha demais!!!!
  •  Porque é Canalha? - Só faltou o Romário ai para completar a Marrenteza do negócio!!! É nóis!!!
  •  Porque é Canalha? - Colocar 4 caras feios, atrás duma lareira, numa casa toda fodida, com a impressão de fotográfos de casamento... fala ai, canalha!!!
  •  Porque é Canalha? - Não é qualquer sueco que tem mais FISTAILE que o ABBA. É nóis memo vagabundo!!!
  • Porque é Canalha? - Não tem nem comentários. Nessa época ruga era uma lenda para o Sr. POP. Canaleta Phodástica!!!

Espero que vocês gostem, malditos canalhas de plantão!!! Aqui fala Xando, um canalha em recuperação!!!

O Punk que nunca foi Pop.

A década de 90 deixou um legado diversificado para o rock. De um lado a subida meteórica do grunge fazendo com que as bandas de "heavy farofa" ficassem chupando o dedo e perdessem o espaço. E por outro um pouco mais clandestina e tardia, o chamado aparecimento do "punk pop" denominados por alguns xiitas do rock.
Na época gostei muito do Dookie do Greenday (que saiu por uma grande gravadora) e na sequência procurei mais pelas bandas ditas do "punk pop" que saiam por selos menores. Como não entendia muito não me importei com o termo e hoje continuo importando muito menos, pois se isso é pop, não consigo descrever algumas bandas que estão na mídia.
Principalmente na METEVE.
Tive gratas surpresas ouvindo Rancid, Nofx, Offspring, Pennywise, Descendents, Shelter e algumas outras mais. Melhor conhecer para falar sobre do que ignorar e passar por idiota. Comprei uma revista que tinha a VJ "CUCA" na capa, na época era o único meio de informação confiável, para ler uma matéria sobre o assunto em si.

O que me deixava puto na época era que muitos dos rockeiros de plantão que eu conhecia maldiziam as infames bandas que estavam surgindo e algumas por outro lado
nem tão novas assim, com tempo de rodagem. Você poderia falar numa conversa do Fugazi, de Dead Kennedys mas ao citar Rancid, por exemplo, provocava a ira em alguns doentes.
Pensava "cacete, melhor ouvir isso do que o mal estar que assola as rádios!". Na citada revista acima, a matéria tinha a opinião de 3 punks do Brasil, que eu ouvia suas respectivas bandas, os respeitava profundamente e até me espelhava, pois era um caminho a se seguir.
O primeiro na sua opinião permitiu se esquivar dizendo que não conhecia, que nunca tinha ouvido falar. Ele é importante até hoje, claro para os caras que respeitam.
O segundo proferiu: "não gosto nem de Greenday, nem de Offspring... Eles pegaram o bonde andando...etc". Hoje ele é mais pop e trabalha para o Bispo. Amém irmão, não é julgamento moral mas é Phoda.
O terceiro na sua sapiência previu: "Para mim não fede nem cheira... Sabe como é, faz a molecada seguir em frente, procurar as fontes". Precisa dizer mais?
Você procura o certo, fazer a coisa certa. Apesar que hoje nesse liberalismo, falar sobre coisa certa, juízo de moral é motivo de cadeia. De chacota ficou para trás.
Fazendo uma correlação com os dias de hoje e com o momento que se passa muitas das bandas na moda, como foi em 1995, por mais que eu seja otimista e prefira como o mestre crer que muitas pessoas irão procurar as fontes, não vejo uma luz no fim do túnel. A moda é uma merda mesmo. Não consigo compreender as fontes que essa rapaziada ai ouviu.
Mas está ai e parece que veio para ficar por mais que incomode os testamenteiros de outrora. Quero fazer eu mesmo pelo passado... se eu conseguir me lembrar dele!!!

Por Xando Xiospork.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Bruna Surfistinha - previsões

Elas vão odiar! Eles vão se questionar! A causa disto tudo: Bruna Surfistinha.

Primeiramente, ela lançara seu livro autobiográfico “O Doce Veneno do Escorpião – O diário de uma garota de programa” (2005), e agora teremos Deborah Secco interpretando a Bruna Surfistinha em um filme baseado nesta obra - que deverá ser lançado em 25 de janeiro de 2011.

Quem teve a oportunidade de ler o livro deve ter sentido alterações de emoções, uma vez que o mesmo foi em parte escrito em “flashback´s” (hora ela mocinha na casa dos pais em Sorocaba – Raquel Pacheco - hora ela uma garota de programa – Bruna Surfistinha). A partir do momento em que o livro passa a narrar apenas a vida de prostituta, passamos a sentir (pelo menos nós homens) o tesão se alterando com o desconforto.

O desconforto está nas revelações que ela fez (claro, protegendo os nomes de seus ex-clientes) descrevendo os seus programas. Alguns pagavam apenas para ficarem conversando, pois se sentiam sozinhos; outros chegavam a pagar para que ela os comessem. Era mais ou menos assim: “você tem brinquedinhos?” - perguntavam. “Sim, tenho!” - ela respondia. Neste momento ela já traçava o perfil do cara. Era quase certo que seria ela quem o comeria. Vamos a um trecho do livro (pág. 111, parágrafo 2):

“No primeiro tempo, quando comecei a chupá-lo, ele de cara me pediu para fazer um ‘fio terra’. Ok. Esse, fiz sem dó. Então, ele pediu para que eu colocasse a cinta que tem um p... de borracha acoplado (óbvio). Mas ele já tinha perguntado pelo telefone se eu tinha, então não foi nenhuma surpresa. Com o p... em mim, me transformei no ‘Bruninho’ e ele se tornou minha fêmea. Não fizemos nada demais. E ele nem desmunhecou. Apenas o comi ‘de frango assado’, enquanto ele batia uma punhetinha. Depois, pediu para eu sentar na beirada da cama para que ele sentasse no meu p... E ele gozou assim. Acho que comi ele gostoso. Segundo tempo: foi a vez de ele me comer. Cavalguei, dei de quatro, mas ele gozou de novo na punhetinha”.

Ok! Mas a minha intenção não é ser sensacionalista, moralista ou criticar a “Maria Madalena”. Meu objetivo é refletir sobre o impacto do filme no Brasil. Principalmente nos adolescentes, facilmente maleáveis e sem opinião formada – claro, eles estão na fase de descobertas.

Enquanto a obra ficou trancafiada no livro, apenas as 140.000 pessoas que o compraram (estou nestas estatísticas) e mais alguns amigos destas pessoas tiveram acesso. E cá entre nós: aquele que lê (seja lá o que for), tem uma opinião formada melhor do que aquele que “só vê figurinhas”. Ou seja, o impacto social (se é mesmo que se pode usar este termo) do livro enquanto livro foi mínimo. E o impacto social do livro enquanto filme?

O que estou querendo dizer é que pessoas (crianças) despreparadas irão ver este filme e, se ele for fiel ao livro, o que teremos? A eleição de uma prostituta como heroína? A legalização da prostituição? O questionamento sobre a doutrina católica acerca de Maria Madalena?

Os meninos ficarão chocados se o filme exibir algumas cenas do livro, mas irão se auto-afirmar machos, dizendo que o “enrabado” é viado; já os meninos que não sabem se são meninos ganharão um incentivo; as meninas chamarão a Deborah Secco de vadia, biscate e baranga, pois sentirão a concorrência forte; outras irão aderir à onda do bissexualismo (bandeira levantada por Bruna Surfistinha); e outras, em uma probabilidade mais remota, poderão pensar: se ela pode, eu posso!

Mas isto são só previsões ridículas e medíocres. Antes, acontecesse alguma coisa, mas, na prática, aqui no Brasil não vai virar em nada (pra variar...).

Site: www.brunasurfistinhaofilme.com


por HUGO PEZATTI, fundador e baterista da banda Pronúncia, historiador graduado pela UNESP de Franca, professor do ensino fundamental e médio. Contato: pronunciarock@yahoo.com.br

domingo, 15 de agosto de 2010

Chad Channing

Se eu tivesse meus 16 anos o que acharia da banda Before Cars e seu álbum Walk Back? Escutar Before Cars sob a indicação "banda do ex-baterista do Nirvana" é dar um tiro no grupo, matá-lo antes de ser ouvido.

Encontrei o Before Cars, pois há tempo andava preocupado com Chad Channing. Sim... Me colocava no lugar dele. O que teria feito se fosse chutado do Nirvana tempos antes do Nevermind? E o que virou Pete Best (baterista chutado dos Beatles um pouco antes do Please Please Me)? Pesquisando, constatei que ambos estão vivos! Mas que vida levam? (Que vida eu levaria?).

No caso de Best, o “chute” partiu da produção - sob a alegação de não ser criativo e, assim, Ringo Star (inovando com sua mão esquerda) ganhou o posto. Mas esta explicação não se aplica (e nem deve ser aplicada) ao Chad Channing.

Em 2008, li a biografia de Kurt Cobain (Mais Pesado Que O Céu – Charles Cross) e esperava por fim entender a saída (tirada) de Chad Channing do Nirvana. E nada! O motivo não ficou claro para mim. Entrei em uma comunidade do Orkut sobre o Nirvana para debater o caso e o máximo que consegui foi fãs que não entendem nada de bateria e muito menos de Nirvana. Alegavam apenas com a emoção que Dave Grohl era melhor e blá-blá-blá. Eu não quis (e quero) saber quem é o melhor. Sou baterista e tenho a minha opinião. Mas quero entender porque Chad Channing foi chutado do Nirvana. E os leigos já devem estar pensando: “porque ele era ruim. Escute o ‘Bleach’ (álbum do Nirvana gravado com Channing)”!

Respondo para estes: “Escutem vocês o Nevermind (álbum de sucesso do Nirvana, gravado com Dave Grohl)!”. Sim! O Nervermind! Escutem as faixas “Lithium”, “In Bloom” e “Breed” (ou seria “Imodium”?)! Tenho todas estas músicas gravadas com Chad Channing na bateria e – pasmem – as versões do Dave Grohl não mudaram nada estas canções.

O que eu estou querendo dizer é que foi o Chad Channing quem criou o estilo de bateria do Nirvana. Foi ele quem inovou, mas o mérito só é dado ao Dave Grohl e isto me entristece... Muitos comparam o Channing ao Grohl analisando o “Bleach” e o “Nevermind”, mas esperem lá! Não tem como comparar uma produção independente gravada nas coxas (606,17 dólares) com uma super-produção (que ultrapassou a casa dos cinco zeros). Seria algo semelhante a se comparar um longa caseiro com O Poderoso Chefão.

Enfim... Talvez, musicalmente falando, o Nirvana tenha trocado seis por meia dúzia. (Vale à pena lembrar que no livro de Charles Cross, Chad Channing tomou por conhecimento que saiu da banda quando viu o furgão do Nirvana indo para uma turnê e deixando ele em seu apartamento. Já o site http://v1.dyingdays.net/Nirvana/index.html diz: “Chad Channing sai em maio de 1990 alegando diferenças musicais com os outros companheiros”).

Mas ok! Posso estar errado (nunca saberemos). Não cuspo nas minhas origens: sou um grande fã e admirador de Dave Grohl (minha principal escola), mas quero que saibam que hoje sou muito fã de Chad Channing. Na minha visão, ele fez muito mais pelo Nirvana do que o próprio Kurt poderia pensar. Mas esta é uma visão de um cara de longe, que não merece discussão, mesmo por que, aonde chegaríamos?

Para encerrar este artigo, gostaria de dizer que, sem maturidade musical, os ouvintes poderão (mais uma vez) “crucificar” Chad Channing injustamente - ao ouvir o Before Cars. Tenham maturidade musical - é tudo que peço. O Before Cars não é o Nirvana e nem quer ser. E achei um puta álbum o Walk Back.


BEFORE CARS: http://www.myspace.com/beforecars

NIRVANA COM CHAD CHANNING: http://www.youtube.com/watch?v=as6IvML19Gk | http://www.youtube.com/watch?v=D2rm281soj4

por: HUGO PEZATTI, fundador e baterista da banda Pronúncia, historiador graduado pela UNESP de Franca, professor do ensino fundamental e médio. Contato: pronunciarock@yahoo.com.br

Pós Nirvana

Ele foi o responsável, durante um certo tempo, pelas baquetas do Nirvana, banda que dispensa apresentações. Mas poucos sabiam de suas habilidades como compositor. Tempos depois, resolveu formar uma nova banda, mas desta vez para ser frontman. No disco de estréia, canta todas as vozes, toca violões, baixo, bateria... Parece que estamos falando de Dave Grohl e seu Foo Fighters, certo? Mas na verdade estamos falando de Chad Channing e seu Before Cars. Baterista do Nirvana entre 1988 e 1990, Chad chegou a gravar o álbum de estréia da banda de Kurt Cobain e Krist Novoselic, o hoje aclamado "Bleach". Depois de ter saído do Nirvana, Chad ainda tocou bateria em bandas pouco expressivas como Fire Ants e The Methodists até criar o Before Cars em 2006.

Sem fazer praticamente nenhum burburinho, "Walk Back", disco de estréia da banda, viu a luz do dia em meados de 2009. Com produção de Jack Endino (que também produziu a estréia do Nirvana) o disco acaba por frustrar as viúvas do grunge, mas está longe de ser ruim. Quem esperava algo semelhante à sonoridade de Nirvana, Alice In Chains ou até mesmo Pearl Jam, vai se deparar com algo mais próximo ao Posies, uma banda de Seattle que era conhecida na cidade pelas belas melodias que elaborava.

Chad Channing prova ser um bom compositor de powerpop, com suas canções cheias de refrães melodiosos e vocais dobrados. As guitarras comandam "I Can't Afford You", "Bunnys" e "Novacaine", enquanto "Juniper" é conduzida por uma interessante linha de baixo. A banda exala psicodelismo em "Old Chair", de belo refrão, e "Wouldn't Think So". O disco tem ainda a bela balada "Doll In Time", onde um violino se destaca.
Há quem queira comparar o disco de estréia do Before Cars com o do Foo Fighters, devido às coincidências que existem. Entretanto, apesar das boas melodias, a banda de Chad Channing demonstra ter uma inequívoca vocação ao underground, sendo cabíveis apenas comparações com a Nova Mob, a banda que Grant Hart criou depois do fim do memorável Hüsker Dü.

É uma pena que este "Walk Back" esteja fadado ao ostracismo, pois trata-se de um bom disco. Quem puder, ouça. Mas esqueça Nirvana e Foo Fighters. O Before Cars tem brilho próprio.

por: JAILTON MARQUES
fonte: http://www.zonapunk.com.br/ver_res_cds.php?id=1689

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Notícias do Paraná

Poucos da geração 80 ou 90 o conhecem. Seus 54 anos de rock foram castigados por uma juventude “proibida de acessar” instrumentos musicais (vide em “Do interior para fora...”, pf.11). Porém, na compensação, os vinís amanhecidos tantas vezes eram o refúgio de Sinva.

Este homem viveu e vive como ninguém o lema “sexo, drogas e rock n´roll”. Ele pede o som, a “jam session” e evoca os deuses do rock em todos os dias que o vejo. É um rockerman autêntico, original da época, um clássico.

Assistindo ao ensaio da banda de seu filho – o guitarrista Rodolfo - Sinva foi pego de surpresa. Após atender a uma ligação, o baterista Hugo quase que fatalmente admitiu Sinva no carro que partiria dia seguinte à cidade de Campo Mourão, no Paraná. Seus olhos azuis brilharam! Seria o que mais próximo poderia chegar (em vida) ao Woodstock de 1969!

Mais uma vez castigado por uma época, Sinva aludiu ao “Homem das Grades” e, preso por razões pessoais da terra e da família, sucumbiu ao anseio do festival no Paraná. Lamentando a fatídica dispensa da convocação, Sinva entoou palavras que fazem dele louco para uns e deus para outros: “Como eu não fiquei sabendo antes? Como não divulgaram? Cadê a divulgação? Cadê a televisão, o rádio, os cartazes? Como isso não chegou até aqui? Cadê o som?” - para que você entenda, na cabeça de Sinva o som é a energia da vida, e o rock é quem rege o som. Nada mais importa. Só o som. O rock.

Na transcedentalidade de Sinva, um evento dessa magnitude teria que chegar até as pessoas, pois o som é a vida e o rock é o único que pode desprender as pessoas do caos apático em que elas vivem e nem percebem. Inconformado, Sinva lamentou a falta de articulação das informações “prestáveis” e deixou o recinto - após uma breve conversa (de três garrafas) com Rodolfo e Hugo no buteco mais próximo.

Loucura de Sinva? Mais umas de suas viagens? Não...

O mini-Woodstock mouraense (1º M.U.M. Rock Festival) contaria com 14 bandas que iniciariam o espetáculo às 18h00 do sábado, 07 de agosto de 2010. Com exceção da Pronúncia (SP), todas as bandas eram do Paraná. Algumas de Campo Mourão e outras de Maringá, Cianorte, Araruna e Curitiba. Umas bandas autorais e outras “discotecando” covers.

Quando cheguei – e isto era por volta das 23h00 – fazia frio. Mas nem tive tempo de senti-lo, pois enquanto esperava os outros saírem do carro, escutava a banda Yoga que já estava no palco. Apressando a galera fui até o local. O público estava numeroso (em relação ao amplo espaço), mas tirando a folga entra uma pessoa e outra, o lugar fervia. O palco estava escuro e esfumaçado; o lugar estava escuro esfumaçado. Ah sim! Parece que a lei paulista de não permitir fumar em ambientes fechados não chegou ao Paraná. Pelo menos ainda. E, sim, apesar de o evento ser na chácara, o palco estava montado em um salão.

A Yoga tocava, os músicos estavam lá, mas cadê o Glaycon (vocal)? Aproximando-me do palco de meio metro de altura pude vê-lo sentado, com as pernas cruzadas; uma delas tocava o chão e a outra se debruçava carinhosamente, como se Glaycon fosse um explanador convicto de suas teorias ou críticas de bossa nova. Pensei ser mais uma de suas loucuras – o cantar sentado. Talvez ele estivesse bêbado demais e zonzo. Enfim. Passou-se uma, duas, três, quatro, cinco músicas, porra, o show inteiro! O que houve?

Minutos antes de eu chegar, Glaycon havia dado um mosh (moshe) e caiu de mau jeito. Péssimo jeito. Quebrou a perna! E o cara ali depois fazendo o show sentado e foda-se! Digno de Woodstock. Digno de Sinva. “Cadê a televisão?”.

Passado esse choque, no intervalo do show da Yoga um cabeludo atravessou o salão correndo rumo às gramas da chácara. Vomitava forte, mas não saia nada. O pouco que saía era verde-amarelado e amargo: a bíli. O cara ficou verde, fraco, e foi se deitar no carro que o trouxera. Não! Ele não estava bebendo! Não era efeito do álcool. Ele estava a serviço do evento. Era baterista de uma das bandas que ia tocar. No longo caminho até Campo Mourão, aventurou-se em uma coxinha de estrada e dizem que o óleo da danada foi a causa da desgraça. Já havia vomitado duas ou três vezes no trajeto e por isto, desta última vez, só saíra a bíli.

Uma hora depois esse cabeludo ainda verde e adoentado estava no palco montando sua batera. Eis que surgem as primeiras baquetadas e o atrevido não me esqueceu que estava ruim? Isto deve ter causado uma má impressão para as demais bandas, pois temendo não ter condições de tocar, a organizadora do evento antecipou seu show colocando-o na frente de uma outra banda. E, se para conseguir isto a organizadora falou a verdade, os integrantes da outra banda devem ter achado estranho o homem verde ter tido força para rasgar a pele do bumbo logo na segunda canção... “Nossa! Que saúde!” – devem ter pensado. E que saia justa deve ter ficado a organizadora...

E “que bosta” devem ter pensando os outros. O show e o evento fervia quando a Pronúncia subiu no palco, mas o bumbo furando logo no segundo som foi o mar vermelho fechando em cima dos egípcios. Improvisos ainda foram feitos colocando o pedal da bateria mais pra lá e depois mais pra cá, mas o rombo na pele do surrado bumbo crescia a cada pisada e duas músicas depois fora inevitável parar de tocar. A Pronúncia estava fora e o evento congelado no frio mouraense e no tempo.

Outro bumbo chegou uma hora depois, mas não pude ficar até o fim do evento, pois eu e a minha expedição não queríamos incomodar o nosso anfitrião (que já se tinha ido e) que num terceiro ou quarto gesto de bondade preparou um colchão e dois sofás para nos esticarmos e, enfim, descansarmos das horas e horas de viagem.

O mini-Woodstock de Campo Mourão foi digno de Sinva e do rock n´roll (“cadê a televisão?”), já por aqui em S. J. Rio Preto-SP, só seguranças provocando e espancando o bêbado no Vila Dionísio. Coisa feeeeia...




HUGO PEZATTI é fundador e baterista da banda Pronúncia, historiador graduado pela unesp de Franca, professor do ensino fundamental e médio. pronunciarock@yahoo.com.br

domingo, 8 de agosto de 2010

Raul Seixas

Em meio a diversas especulações em torno do filme sobre Raul Seixas, faço minha estréia neste blog expondo minhas opiniões sobre o grande compositor e rockeiro brasileiro.

Ao presenciar o que, de certo modo, fez quase que banalizar a importância de Raul Seixas no cenário musical brasileiro por meio do famigerado uso de seu “santo nome em vão”, visto nos insistentes e por vezes irritantes gritos de “toca Raul”, devo lembrar aqui de toda sua genialidade e criatividade que pode ser encontrada em sua obra.

Raul Seixas aparece na cena musical brasileira com o disco “Raulzito e os Panteras” de 1968. Este disco é repleto de ótimas canções visivelmente influenciadas pela musica dos Beatles e pela Jovem Guarda. Após este, Raul passa a se apresentar com seu próprio nome (Raul Seixas) e em 1973 lança “krig-Há, Bandolo!”, considerado por muitos (inclusive Nasi do Ira) o melhor disco do Rock brasileiro de todos os tempos.

Mas, ainda era pouco para o criativo compositor. Discos como “Gita” e músicas como “Maluco Beleza”, ficaram marcadas na história não só do Rock, mas da música brasileira como um todo. Idéias geniais, criativas e originais ficaram na cabeça de todos aqueles que gostam de música como – O Dia em que a Terra Parou; Tente Outra Vez; Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atraz.

Além disso, Raul também tomou o Rock para si, fazendo deste gênero o que ele nunca pode deixar de ser (sendo mesmo o motivo de sua aparição): um estilo musical de rebeldia e crítica social. Assim, nos deparamos com canções de alto teor crítico e rebelde como:

"Aluga-se" - na qual ironiza o imperialismo Norte-americano e o “entreguismo” da elite política e financeira brasileiras;

"O Carimbador Maluco" - na qual, em formato de musica infantil, constrói uma crítica anarquista à sociedade e ao Estado;

E a épica "Sociedade Alternativa" - em que brada um hino (também anárquico) a formação uma de uma sociedade cuja liberdade deveria ser total.

Assim é que deve ser lembrado Raul Seixas. Um grande compositor da música brasileira. Um artista corajoso e inovador, à frente de seu tempo que levou a sério o Rock and Roll, utilizando-se de sua estética e ideologia de modo a valorizar este estilo musical e fazer com que seja imortal, de geração à geração.

Toca Raul!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Dois Amigos

X. diz:
Você sabe o que é pior do que um cara que já perdeu a crença em tudo?

H. responde:
O cara que acredita em tudo.

Do Interior Para Fora (ou seria o contrário?)

Tenho até medo de “dar a ideia”. Porém, a ideia já existe e já se propaga. Meu medo então (parando pra ver) é o de ajudar a propagar essa ideia. Mas por outro lado, alguma coisa deve ser feita.
Não me recordo e nem sei como chegamos ao ponto que estamos, mas não podemos continuar! Não é bom! É horrível para as bandas! Ah sim... Do que estou falando? – deve estar se perguntando.
Acerca de 15 anos, bandas que ainda engatinhavam tinham a oportunidade de se apresentarem em São José do Rio Preto-SP. Digo com conhecimento de causa, afinal, o baixista da minha banda atual tocara na saudosa Sarcasmo e, um dos meus melhores amigos era vocalista da antiga banda Rules. Ambos tiveram a oportunidade de pisar nos palcos do Olaria (casa que melhor acolheu o rock por aqui) em meados dos anos 90.
Quando me projetei no cenário rock underground rio-pretense (comecinho de 1998), o Olaria já não funcionava mais. Porém, esta casa dava cachê para as bandas - além da oportunidade de apresentação. E volto a repetir: cachê para bandas que ainda engatinhavam em S. J. Rio Preto.
Um dos espectadores da Rules no Olaria era um cara chamado Rodrigo Braida. Sem medo algum de afirmar, Braida disse várias vezes que sua banda (Nevrose) fora inspirada na antiga Rules. Infelizmente, tais bandas nunca tiveram a oportunidade de dividirem palco, pois a Rules terminara antes do Nevrose se projetar, no entanto, o Nevrose foi outra prova de que tempos melhores existiram nesta cidade.
Chácara, som de primeira, aglomeração que variava de 1.500 a 3.000 pessoas e rock n´ roll. Este fora o ambiente que projetou o Nevrose que embalava as gloriosas festas do Cacaco. Algumas delas: Junta Tribo, Contato (sim, rolava rock), Rock n´Vou – 4 edições, Festival na Pista de Skate do Tom e muitos tributos ao Raul Seixas e um à Cássia Eller. E nunca o Nevrose ou qualquer outra banda já citada tiveram que pagar para tocar.
No segundo parágrafo eu disse não saber, porém, refletindo por um instante, talvez a causa dessa desgraça toda tenha sido a tal da “camaradagem” que, gradual e impensada, fudeu com tudo. Digo isso, pois, da tal da “camaradagem” (coisa muito comum entre as bandas) deve ter surgido o tal do “Tó! Vende os ingressos aí pra ajudar! Aproveita e fala que tua banda vai tocar!”.
Uma ideia simples e ingênua. Nasceu da protocooperação entre a banda (que teria um público para quem tocar) e o dono do evento (que lucraria com a portaria e o bar). Posteriormente, a protocooperação deve ter dado lugar ao parasitismo que, por sua vez, deve ter cedido ao predatismo (pelo menos é o que se constata) onde o único beneficiado é o dono do evento, ficando as bandas subordinadas a ele em uma condição de servidão. Historicamente é como se o palco fosse a banalidade feudal. Ah! O público também e etc.
Em suma: no cenário do rock underground, as bandas - além de não receberem cachê e nem água durante sua apresentação - têm que pagar para tocar. Funciona assim: estipula-se um limite de ingressos a serem vendidos por cada banda e, não tendo vendido todos os ingressos, os integrantes rateiam a diferença para terem sinal verde de show. A-B-S-U-R-D-O! Isto também vale para abertura de shows de bandas grandes. Só que nestes casos as cobranças são mais descaradas e caras!
Voltando ao passado... Nevrose, Arcádia, Raising, Savagery Mal do Século e Acustic Work tocaram ao lado de Engenheiros do Havaí, Ultraje a Rigor, Ira! e Raimundos no Rock In Rio Preto (março/2001) e não desembolsaram um tostão. O lance era mais “darwinístico”: as bandas que mais ralavam e se destacavam eram as selecionadas. Ponto.
Já no presente, o que está rolando é uma marginalização das bandas. Toca quem tem grana para tocar. Nos anos 70, essa marginalização acontecia, pois os instrumentos eram caros, sendo poucos os que tinham condições de montarem uma banda. Hoje, esta marginalização acontece, pois poucos podem pagar para tocar. E depois as pessoas se perguntam por que o rock está tão careta... É óbvio! A rebeldia vem das ruas, da revolta, das gerais da polícia, da escola fudida, do álcool proibido, dos vizinhos chamando “os homi”, da sarjeta, da madrugada embriagada, das voltadas a pé, do ônibus, da sujeira, do faça você mesmo, da zona, das chácaras, do Zeus e da puta que pariu! Vejam só...
A faculdade me afastou 4 anos do rock rio-pretense. Quando voltei, estranhei. O evento começava às 20h00 e cheguei lá às 23h00 (como de práxis). O problema é que o evento realmente começou às 20h00 e às 0h00 não havia mais nada. Pensei: como o rock está comportado! Antigamente virava-se a madrugada. Pois bem, na época do fatídico evento (meu amigo Marcello Dallas estava comigo e não me deixa mentir) não consegui achar uma explicação, mas hoje tenho: jovens comportados geram o rock comportado. Tempos atrás eu diria que era a violência, mas, na real, a internet prende os jovens em casa que, sem contato com a rua viram caretas (pessoas comportadas). É como um gato doméstico ou um cachorro: se criados em casa (confinados em um ambiente fechado) podem ficar dóceis e amáveis; já na rua ficariam mais espertos, malandros, astutos e audazes. O rock elitista é dócil e amável (caso do Emo e todas as suas ramificações) e é ele quem está em evidência, pois é ele quem pode pagar, capice? Pelo menos aqui em S. J. Rio Preto. Se bem que acredito ser assim em outros lugares também...


HUGO PEZATTI é fundador e baterista da banda Pronúncia, historiador graduado pela unesp de Franca, professor do ensino fundamental, médio e cursinho e ex-integrante e fundador da extinta banda Nevrose. E-mail: pronunciarock@yahoo.com.br

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O que não move nada - O punk e o bebâdo

Para iniciar nossa Rádio Canalha, o assunto que pesa para abrir posteriores opiniões minhas e de colegas é a total falta de "movimento" que está passando a "música brasuca". Estava acompanhando a tal de votação do VMB e pasmaceira a parte, só tem como diz o portuga do boteco "batotisse".

Tá foda Sócrates!!!

Óia as revelação de Nostradamus:

Categoria Revelação

Restart
Hori
Hevo 84
Replace
Karina Buhr

Puta!!! Tá foda Mané!!!

Olha eu estou sem palavras. Andei vendo no Youtoba os referidos e chegou a dar até coceira.
Espero que o ciclo musical esteja se renovando ou morrendo, porque do jeito que vai andando o bonde, Tá foda!!!

Fala aí Mané!

Estou até vendendo nomes para bandas novas: RAAAAASSSGGAAA, Rabeta, Rapidenha, Revorve, Rancatoco, Raspeta,


RÁDIO CANALETA!!!!

Valeu galera... Espero postagens ai!!!!