domingo, 26 de dezembro de 2010
Brasileiro é foda!
PARABÉNS!
Infelizmente não dará para incorporar o vídeo aqui, mas não custa nada dar um CTRL-C + CTRL-V:
http://www.youtube.com/profile?user=anphux&annotation_id=annotation_342644&feature=iv
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Hugo Pezatti em Machu Picchu
Após alguns anos com vontade, finalmente achei uns caras ponta-firme para encarar um mochilão rumo a Machu Picchu (Peru). Lá está/estava a cidade mais importante do antigo império Inca - que foi covardemente dizimado pelo espanhol Hernán Cortez no século XVI. As ruínas de Machu Picchu ainda guardam grandes mistérios, como cidades perdidas e tesouros registrados pelos incas, mas nunca encontrados. Outra grande mistério são as figuras gigantes marcadas no chão (como um beija-flor, uma aranha, um macaco) que só podem ser vistas do céu. No livro "Eram os Deuses Astronaltas?" (1968), do suiço Erich von Däniken, é afirmado que estas e outras figuras - como o candelábrio de Nazca e as linhas extremamente retas que lembram pistas de pouso - serviam como sinalizadores de aviões (espaçonaves?) e aeroportos. Porém, cuidado com as fantasias! O autor foi processado anos depois por calúnias históricas...
Mas voltando a viagem... Tentarei me comunicar com vocês quando e se possível, mas muito provavelmente minha mente estará desconectada de qualquer cotidiano cinzento e cibernético, porém, nunca se sabe...
Se não mais os vir até o dia 27, bom final de ano pra vocês! Provavelmente virarei o ano a beira dos trilhos do trem da morte em uma cidade nas proximidades das fronteiras entre a Bolívia e o Peru. Comigo irão The Rans e Pezão.
Nos vemos em 2011 ou não, afinal, como disse-me Xando Xiospork:
- Vão voltar dia 20?! O lôco! Então cês vão subir numa nave e ir embora...".
HUGO PEZATTI
Ps: ignorem o "conhecidência".
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Garanta já a sua!
O trecho citado pode nos lembrar artigos de revistas científicas sobre comportamento animal ou até mesmo trecho de programas televisivos como dos canais Discovery Channel e National Geographic. Porém, tal trecho é mera ficção do autor. Ou não...
Estou mais a acreditar que o trecho revela uma suposição. Atualmente, discuti-se se o homossexualismo está apenas aflorado ou se está aumentando. Favoráveis a primeira corrente argumentam que o homossexualismo sempre existiu na história, mas vivia escondido e, agora, está simplesmente “saindo do armário”; já os favoráveis da segunda corrente são mais radicais e argumentam que o homossexualismo está aflorando por moda ou, até mesmo, pela genética.
Particularmente, não fico com nenhuma dessas duas correntes. A hipótese que mais me agrada é a de que a natureza está dando um jeito no crescimento populacional da espécie humana. Há de se supor que ela está “tirando de letra” os malthusianos, reformistas e neomalthusianos. E Freud! Progressões geométrica e aritmética, distribuição de riqueza e pobreza como causa do aumento da natalidade viraram teorias obsoletas perto da mãe natureza. E esta hipótese não é tão maluca (bem mais digerível do que aquela do século XV que dizia que a Terra era redonda). Acompanhe:
Se uma sociedade já é suficiente para desequilibrar o meio ambiente, imagine o que seis bilhões de pessoas podem fazer com o mundo...
Dessa forma, penso que a natureza está dando um jeito de se curar, pois esperar que façamos algo bom por ela não passa de mera piada atual.
E para provar esta hipótese existe uma conta simples: reduzindo o número de pessoas, naturalmente se reduzirá o consumo e, obrigatoriamente, se reduzirá a produção (poluição, impactos ambientais e etc.). Sábia mãe natureza! É... [suspiros]. Mas nisto, os bons pagam pelos maus... Cadê minha fêmea?
HUGO PEZATTI é heterossexual.
contato: hugopezatti@hotmail.com
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Sexta feira é o fim ou o começo?
Como estou sem computador em casa e para fechar a semana com chave de fenda, um podcast bem legal que gosto bastante.
Abracetas canalhas!
Xando Xiospork é um excluído digital.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Rádio Canalha na Hard Party 2
Não havia filas para entrar. Vagas para o carro tinha de monte! Cheguei à Hard Party 2 por volta das 23h00. Fui um dos primeiros a entrar, embora o cartaz anunciasse que o evento começaria às 21h00.
Me dirigi ao balcão para pegar a cerveja - afinal, o verão riopretense 2010/2011 está mais do que insuportável. Com a latinha na mão me virei para o palco. Algo me incomodava... Mulheres? Não. Apesar de ainda vazio, o público feminino comparecia. Pouca gente? Também não. Apesar de a festa "começar" às 21h00, sei que a galera só chega por volta da meia-noite. O som? Quase! O som de fundo tocava clássicos do hard rock (coisas que eu nunca achei que fosse hard rock mas, afinal, o que é hard rock?). Então o que era? A artificialidade! Sim. O som mecânico geralmente preenche os intervalos de banda e o começo e fim da festa mas, por mais que eu aguardasse um som ao vivo, só ouviria som mecânico. A discotecagem hard rock substituiria as bandas.
Não posso reclamar! O cartaz era claro: não haveria bandas. Porém, me senti um pouco fora do nicho. Era como se estivesse em uma boate. Pelo menos era uma "boate de rock n´rol". Porém, torço para que esta moda não pegue. Som ao vivo é muito mais enérgico.
Como em toda boate, não faltou mulher - é... Elas gostam de dançar. Mas não fiquei na pista de dança. De jeito nenhum! Não sabia o que fazer lá. Ficava perdido. Sem bandas no palco, não havia direção para me posicionar. Saí da pista de dança e me sentei em um sofá a lado do banheiro feminino. Um ótimo lugar! Fiquei lá praticamente a festa inteira - salvo as vezes em que buscava cerveja ou as poucas vezes em que fui ao banheiro. Quando houve a 1ª Hard Party, a Rádio Canalha nem existia e eu nem tomei conhecimento do evento. Portanto eu não podia comparar a primeira com a segunda. Porém, o que se ouvia era que os que foram na primeira estranhavam o vazio demográfico no REPÚBLICA BAR (local dos Hard Party 1 e 2). Vazio não estava. Lotado também não. Achei o número de pessoas bastante agradável. Havia paz no bar, paz no banheiro e até paz no sofá.
Apesar da falta de banda, a Rádio Canalha recomenda o evento. É um passatempo diferente e interessante. Um tanto quanto calmo, porém, agradável. Se só houvessem festas assim (tipo discoteca) seria um saco, porém, para variar de vez enquanto, uma dessas é bom!
por HUGO PEZATTI
Enviado da Rádio Canalha à Hard Party 2
sábado, 11 de dezembro de 2010
O tempo passa
Em seu churrasco de última hora (sim, resolveu fazê-lo por volta das 20h00), o velho Xando fez as mesmas palhaçadas que me encantara 12 anos antes (1998), quando o conheci. O astuto zoador pegou a caixa de papelão do bolo que comprara para comemorar o seu aniversário e, dentro dela, colocou umas tranqueiras para dar volume. Com a caixa fechada repleta de tranqueiras, ele recebia os convidados pedindo para segurar a caixa ("o bolo") de tal maneira que a mesma ficava cambaleando em suas mãos até cair no chão. Enquanto o convidado se desesperava por ter "espatifado" o bolo, Xando dava gargalhadas e abria a caixa para desmentir a farsa. Esse é o velho Xando, pensei.
Em determinado momento me toquei: - Trinta anos já?! - Indubitavelmente um filme de nossa história - que se iniciara lá nos confins de janeiro de 1998, quando Braida levara o amigo Xando aos primeiros ensaios da banda Nevrose - passou pela minha cabeça. Quantas coisas já fizemos juntos! Lembro-me de quando Xando raspou a cabeça e ficou com o cavanhaque farto, adotando (por querer ou não) um visual agressivo - todos trocavam de calçada quando o viam. Lembro-me das macumbas que nós, juntamente com a turma, fazíamos no bairro para ver o "bafafá das véias" no dia seguinte; lembro-me do famoso bundão que Xando fizera na janela do ônibus para um carro que, por sinal, era o de sua mãe - que olhava desacreditada ("é meu filho?").
Enfim... O tempo passou, o Xando era o mesmo, eu sou o mesmo, o Braida virou doutor (único da região que passou na OAB) e disse que desencanou da música, e nós ali, continuando aprontando, porém, com mais lentidão (as articulações do corpo já não são mais as mesmas) e falando de casamento, compra de casa, filhos e etc...
É... O tempo passa... E o que é que fica? E quem é que fica?
Abraços e parabéns ao velho canalha Xando Xiospork, meu amigo!
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Be a Bá da música
COMO FUNCIONA UMA BANDA
I. MÚSICA
- uma banda existe para tocar músicas.
- música é igual ao carro: para funcionar, as rodas não podem estar no capô e no portamalas.
- da mesma maneira, a música deve seguir uma ordem para funcionar.
- a música deve tocar as pessoas. Para isto, ela precisa de meios para atingi-las.
II. COMO SE FAZ MÚSICA
Parte 1 - ORDEM
- muitos erroneamente chamam de fórmula, mas não é.
- na verdade, o que existe é uma ordem: da mesma maneira que não podemos colocar as rodas do carro no portamalas, nós também não podemos ir colocando o refrão ou os solos em qualquer lugar da música.
- existem vários esquemas a se seguir, mas acredite: os mais simples são os que melhor funcionam.
- trabalharemos com dois esquemas simples:
Esquema 1
1º. Introdução => 40 segundos já é exagero!
2º. Estrofe(s) => uma ou duas.
3º. Refrão
4º. Estrofe(s)
5º. Refrão
6º. Solo/arranjo
7º. Refrão / fim
Esquema 2
1º. Introdução => 40 segundos já é exagero!
2º. Estrofe(s) => uma ou duas.
3º. Refrão
4º. Estrofe(s)
5º. Refrão
6º. Pós-refrão => isto embeleza a música e reforça a ideia que se quer passar.
7º. Solo/arranjo => opcional
8º. Refrão / fim
Parte 2 – LETRAS
- as letras são o mais importante em uma música. Juntamente com a voz, são elas as primeiras a ser entendidas.
- as letras devem fazer sentido para o autor e, principalmente, para o ouvinte.
- não necessariamente o sentido para o ouvinte deve ser igual ao sentido da letra para autor, porém, as letras devem fazer algum sentido para quem canta e para quem escuta.
- letras nada mais são do que textos. Se não existem palavras para ligar as frases, não haverá compreensão das letras e, consequentemente, o ouvinte não se identificará com a música.
- refrões simples e melódicos são os que mais surtem efeitos.
- são através dos refrões que se ganha o ouvinte. Por isto, eles devem ser claros e objetivos.
Parte 3 – EXECUÇÃO DAS MÚSICAS
- motorista que dirige mal, não chega ao seu destino. Da mesma maneira, banda que executa mal, não chegará ao se destino: tocar as pessoas (e a si mesmo também).
- para executar bem uma música, cada músico (instrumento) deve fazer a sua função respeitando a hierarquia musical.
III. COMO SE EXECUTA UMA MÚSICA
- primeiramente, deve-se compreender e aceitar que há uma HIERARQUIA MUSICAL.
- todos os instrumentos (músicos) se destacam individualmente em uma música, porém, uns se destacam com mais frequência e outros com menos.
- assim, cada instrumento tem a hora certa de “aparecer”, portanto, o músico deve aguardar pacientemente o seu momento de se destacar.
Parte 1 – HIERARQUIA MUSICAL
- imagine um show de uma banda profissional... Qual músico está à frente de todos os outros no palco? O cantor, ou seja, a voz!
- acompanhada ou não de outro instrumento, a voz está no topo da hierarquia musical.
- querer se destacar mais do que a voz é o mesmo que querer andar colocando as rodas no capô de carro... Não dá certo!
- a hierarquia em uma banda de rock se dá da seguinte forma:
1º. Voz
2º. Guitarra
3º. Baixo
4º. Bateria
=> voz e guitarra são instrumentos de frente.
=> baixo e bateria são instrumentos de fundo.
1º. Voz
- é o cartão postal de uma banda. Os outros músicos até podem ser bons, mas se o vocalista for ruim (ou seja, desafinado), automaticamente a banda se tornará ruim.
- portanto, é a maior responsabilidade de uma banda no palco, pois é ele quem “dá a cara a tapa” ao público.
- é um instrumento delicado, pois é orgânico, e assim, sensível, sujeito à tensões emocionais, ao bom ou mau humor.
- quanto mais singular for o timbre da voz, mais fácil ela costuma brilhar. No entanto, existem timbres que costumam agradar e timbres que não costumam agradar.
- é importante que o timbre da voz esteja em sintonia com o tipo de música que se canta ou com a proposta da banda.
- a voz deve estar perfeitamente afinada.
- para que o a voz atinja a perfeição, o vocalista deve estar à vontade. E para que isto ocorra, a banda deve estar muito entrosada, pois só assim o vocalista poderá se concentrar na melodia e na letra durante a execução.
- portanto, não há bom vocalista sem uma boa banda por trás.
- todos os músicos devem tocar para que o vocalista possa executar a música adequadamente. - É por isto que a voz está no topo da hierarquia musical. A voz reina.
2º. Guitarra
- se a voz é o rei, a guitarra é a rainha.
- enquanto a voz repousa na música, quem reina é a guitarra.
- portanto, assim como a voz, a guitarra carece de serventes.
- ou seja, se não para a voz, os demais músicos devem tocar para a guitarra.
- o guitarrista deve se lembrar que, enquanto a voz canta, ele deve servir ao vocalista, porém, enquanto o vocal descansa, o restante da banda deve tocar para a guitarra.
- assim como a voz, o timbre da guitarra deve estar em sintonia com a música ou com a proposta do grupo.
- por isto, um bom guitarrista escolhe as guitarras e os cubos com os timbres certos para cada música, cada álbum ou cada banda.
- um bom guitarrista escuta o baixo para se guiar no tempo.
3º. Baixo
- a voz é o instrumento mais importante para o público, porém, o baixo é o instrumento mais importante para a banda.
- o baixo funciona como uma ponte, uma ligação.
- é ele quem liga a percussão às notas.
- se baixo e bateria fazem parte da cozinha, o baixista é o garçom e o baterista o cozinheiro. Os convidados então seriam a guitarrista e o vocalista (que serão servidos pela cozinha).
- o baixo é muito importante pois, ao mesmo tempo em que é um instrumento de cordas, atua também como um instrumento de percussão.
- sendo assim, o baixo deve estar em sintonia com a bateria para ligá-la aos instrumentos de frente.
- o baixo bem executado é aquele que, além de afinado, TOCA JUNTO COM A BATERIA.
- grosso modo, baixo e bateria são um único instrumento (que recebe o nome de Cozinha), porém tocado por dois músicos simultaneamente.
- um bom baixista escuta a bateria para se guiar no tempo.
4ª. Bateria
- é o motor da banda.
- com um baterista bom, a banda garante 50% de qualidade.
- um bom baterista:
I. toca no tempo;
II. é amigo do metrônomo;
III. tem dinâmica (variação de intensidade);
IV. não polui a música com pratos e viradas exageradas;
V. toca em sintonia com o baixista;
VI. espera a sua vez para se destacar na música.
- para que uma banda seja claramente ouvida, o baterista tem que ter a noção do volume de seu instrumento. Salvo shows em lugares muito abertos (como estádios de futebol), o baterista deve perceber se sua execução está, no geral, muito alta ou muito baixa.
- bateria em volume alto faz com que baixistas e guitarristas aumentem o volume de seus instrumentos e, consequentemente, faz com que os vocalistas tenham que se esgüelar no microfone e, portanto, não ficarão a vontade para cantar. Ah! E dessa mesma forma, o baterista fará o público tapar as orelhas e se distanciar do palco – limando assim o tesão da banda e a “queimando” no show.
- o baterista tem que compreender que o seu instrumento está abaixo na hierarquia musical, e que a sua função é tocar para que outros músicos se destaquem.
- porém, o baterista não deve se preocupar... Sempre sobra um lugarzinho na música, no show ou no álbum para ele se destacar e mostrar todo o seu talento. Mas tem que ter paciência para esperar esta hora chegar.
Parte 2 – SONORIDADE CLARA
- respeitando a hierarquia musical, a banda ficará em harmonia e soará limpa (por mais distorcidas que possa ser as guitarras e a voz).
- os instrumentos de tempo (baixo e bateria) são a base da banda. Portanto devem estar concentrados na cadência do ritmo.
- com a base da banda firme, guitarristas e vocalistas pintam e bordam nas canções, pois o trabalho “mais pesado”, que exige maior esforço e concentração, estará devidamente sendo executado pela cozinha.
- pensando como um piano, a cozinha seria a mão esquerda (médio-grave) que obedece ao tempo, ao ritmo e à base, e a mão direita (médio-agudo) - solta para solar e aparecer - seria a guitarra e o vocal.
- e assim, consegue-se entender claramente o que é a banda.
IV. OS DIFERENTES AMBIENTES
Parte 1 – ENSAIO
- a regra número um é respeitar os horários de ensaio, principalmente, o horário de início.
- o ensaio serve para a banda se ouvir e se corrigir.
- portanto, quanto mais baixo puder estar o volume, melhor (desde que a execução esteja confortável para o músico).
- mesmo assim, muitos erros “passam” no ensaio. Mas quanto mais ensaios, menos erros “passam”.
Parte 2 – ESTÚDIO
- gravação não é show. Portanto, nada de regaço, farras, bebidas exageradas e público.
- gravação é um processo chato e lento. Não tenha pressa.
- take one ou instrumentos separados, não importa: o músico deve ir com a música na cabeça. Saber a hora certa de cada nota, cada prato, cada bumbo, cada grito, cada riff e etc.
- para se gravar no estúdio, a música deve estar pronta.
- no estúdio de gravação não se cria música. O que se cria são arranjos secundários em cima de uma música pronta.
- se o músico não tem a melodia de seu instrumento pronta na cabeça e ensaiada, é bom não perder tempo e dinheiro indo a um estúdio.
- o estúdio capta qualquer errinho, portanto, esteja MUITO ensaiado.
- não conte com correções digitais. Por mais que se corrija erros no computador, nunca ficará bom como uma execução perfeita.
- não conte também com timbres milagrosos criados em computadores. Leve o seu timbre pronto de casa.
Parte 3 – SHOW
- é onde todo o esforço que se fez – desde a composição aos massantes ensaios e gravações – é recompensado.
- o show é para se divertir. Não pode ser tenso. Tem que ser descontraído, confortável, relaxante. Se errar, errou. Dê risadas e continue. Depois você se xinga.
- Nunca se esqueça que existe uma linha tênue entre diversão e profissionalismo. Ou seja, todo regaço é permitido, desde que não atrapalhe a execução do seu instrumento e as demais execuções da banda.
- palco é local de trabalho de músico, e não de namorada.
- show é lugar de improviso, mas faça-o com prudência, moderação e respeito (ao público e aos músicos da banda).
- fale com o público. Ele está lá para te ver.
- E sim: figurino é importante, afinal, se fosse só para ouvir o público ficaria em casa ouvindo CD.
músico com OMB e baterista da banda PRONÚNCIA
terça-feira, 30 de novembro de 2010
E depois?
Essa semana noticiou-se muito sobre a “limpeza” que está acontecendo no Rio de Janeiro. Os comentários e reações sobre as operações de invasão das favelas, apreensão de armas e drogas são variados. Tem quem ache ótima a intervenção militar nos morros por segurança e diminuição da criminalidade (será mesmo??), tem quem fique puto, já que prenderam tanta droga significa que ela vai ficar mais cara (lei da oferta e procura). Mas a minha indagação é outra. Pensemos nas famílias que lá moram e de maneira direta ou indiretamente convivem com o tráfico e dalí, de alguma maneira que não só a venda de drogas, tiram seu sustento. Grande parte da receita existente nessas comunidades de alguma maneira tem ligação com esse “comércio”. Sem essa renda, qual a alternativa oferecida a essas famílias que até hoje se viram pra sobreviver com recursos essências para a vida em níveis ridiculamente baixos. A falta de saneamento, energia elétrica irregular e outros tipos de comodidades tão banais pra nós diariamente, mas que em locais como aqueles encontram maneiras digamos, alternativas de se instalarem. Como fica o estado, zelando por uma comunidade que vive na gambiarra, ligações clandestinas, ausência total de registro territorial, inexistência de qualquer planejamento pela administração pública nas vias de acesso e serviços básicos como escolas e hospitais.
Toda essa ação militar até agora só passou uma mensagem para o Brasil, “Estamos retomando território para a segurança da população!” – Mas a segurança de qual população? A que lá mora e hoje está engatinhando para escapar das balas, ou a que passeia no Leblon ao entardecer? E o menino que dava o dinheiro que ganhava como aviãozinho do tráfico para ajudar em casa, vai ter emprego, estudo e estrutura pra mudar de vida ou vai assaltar o caminhante do Leblon?
Essa falsa idéia de segurança é passada facilmente com um fuzil na mão. E amanhã? E daqui 10 anos?
Muito maior que a intervenção militar deverá ser o planejamento social para as áreas “retomadas”. Será que o Brasil pode realmente oferecer algo além de balas para essas pessoas?
Leandro Faustino
Rádio Canalha na Cervejaria Riopretana
Aqui na terra do calor do cão que nem Diabo aguenta, num sábado de comida mexicana e cerveja bem gelada, fui acompanhar mais uma empreitada das bandas rio-pretenses Pronúncia (de nosso querido Hugo Pezatti), Punk e banda Conspiração e o rapper Taroba. Levei comigo o parceiro de longa data The Rans para ajudar-me no trabalho (?) de câmera e também divertir-se no processo. Como já citei acima, podemos conferir grandes tanques do famoso liquído adormecido que adentrava nossas singelas goelas mais comumente chamado de "cerveja". Só não podemos conferir o processo de fabricação da água benta. Em todo caso descobrimos uma placa na parede "favor lavar as mãos", indício que provavelmente beberíamos um néctar livre de mão suja.
Besteiras a parte vamos falar de rock´en´roll. A banda Pronúncia eu já não espero mais nada do que um ótimo show. Os hombres afiadíssimos nos respectivos instrumentos. Rodolfo na guitarra e vocal, Hugo na bateria e Matheus no baixo deixam a impressão que uma banda de rock ensaiada e a mesma coisa de ouvir um CD no aparelho. Pena que a cervejaria continha algumas poucas testemunhas para prestigiar o evento, mas nem por isso afetou a performance do grupo. Parabéns Canalhas!
Logo Taroba entrou no palco com suas rimas e presença de palco nota 10. Pena que eu conheça pouco o seu trabalho mas não me decepcionou nem um pouco o que eu vi. Apesar de não ser minha praia, gostei muito da mistura de rap e reggae que ele fez, grande talento irmão!
Depois foi a vez de Punk e da banda Conspiração adentrar o palco e mandar sua mistura de rock com rap, ou rapcore ou funk´ell´metal como diria meu finado amigo Marcos "rest in peace" man!
O Sr. Punk é um show a parte. Sempre com algum comentário "sacana" entre as músicas e com letras catárticas, destilando ironia com pitadas sarcásticas. Quer atitude mais rock´en´roll que isso? A banda ainda conta com Claudião no baixo, Daniel na bateria e Rodolfo (Pronúncia) na guitarra. Cozinha para bandido nenhum botar defeito. É nóis.
Pena como já disse foram as poucas pessoas presentes no evento. Mas acredito que os que estiveram ali viram uma grande performace de grandes pessoas com diversificados talentos.
Confira abaixo o vídeo, deixe seu comentário e pague uma cerveja!!!
*** Xando Xiospork é um Reportér Ébrio.
P.s.: Se você tem interesse em participar do blog, entre em contato conosco! Gostaríamos muito de sua presença! Venha ser um canalha nas horas vagas!! Mande seu email para xando_xiospork@hotmail.com
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
O Peso da Liderança
Lembro até hoje! Cursava lá a minha 2ª série (atual 3º ano do fundamental II) – época do pequeno Tom Cabeleira* – e estava no recreio. Eu era líder de uma ganguezinha da escola (que se chamava OCI – Organização Contra os Inimigos). Estava discursando para a OCI num palanque improvisado (piso mais alto de uma escadinha de cimento) quando um inimigo se aproximou do grupo. Apenas gritei “- Peguem ele!” e a gangue o fez. Porém, não deixei que o socassem (não faz parte da minha índole – é mais fácil eu aceitar apanhar de uma gangue do que aceitar bater com uma gangue). Apenas o adverti verbalmente. Mas não me esqueci disto até hoje. E por quê? Com certeza foi por causa da sensação do poder... Duas palavrinhas bobas mexeram uma “multidão inteira”. Fiquei um pouco assustado e dissolvi a gangue depois (claro, não com essa consciência toda), afinal, senti algo errado.
Eu estranhei o poder.
Enquanto todos da OCI se dispunham a ouvir o que eu tinha a dizer, beleza. Mas, quando ordenei uma ação, e todos a fizeram, me senti mal...
* http://radiocanalha.blogspot.com/2010/11/tom-cabeleira-o-pequen-grande.html
por HUGO PEZATTI
Os canalhas também amam!
sábado, 27 de novembro de 2010
PRONÚNCIA no Camping Rock 2010 (MG)
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Você só ouve rock?
Nisso ela já perdeu 50% do encanto (se é que encantou - poderia ser só os seus peitos, ou sua bunda, ou uma fodinha aliviante...). Mas alguém pode me gritar: - Mas as diferenças são importantes para um relacionamento! Claro... Sendo ela mulher e eu homem já há diferença sufuciente. Afinal, naturalmente ela pensa e enxerga diferente de mim; mulher é mulher, homem é homem, e ponto. É plug na tomada e já era. Sou extremamente a favor de gostos semelhantes. Eles são muito importantes para um caso a dois.
Tipo... Que jeito que eu trepo ouvindo pagode? Como eu chego junto ouvindo bossa nova, Celine Dion, Mariah Carry ou sertanejo? Meu... Não dá! E talvez "aquela pessoa de novo" retrucaria: - Você é muito radical! E eu responderia: - Não!
Não sou radical. A verdade é que eu tenho gosto. E pronto! O problema é que hoje em dia se você tem só um gosto, você é radical. Hoje em dia tem que se gostar de tudo: meninos e meninas e gays e lésbicas e bissexuais; samba e pagode e sertanejo e dance (confira na próxima festa); fulano e ciclano e beltrano e outrano; e por aí vai... O gozado é que os vegetarianos, por serem avessos à carne, não recebem a denominação pejorativa: radicais. Pelo contrário... Eles viram santos por defenderem animaizinhos. Por falar em santos, daqui há pouco todo mundo terá que torcer para vários times... Se bem que, interestadualmente, já ocorre isto...
Me taxam de radical. Mas radical é quem diz que sou radical. Ou seja: "ter gosto singular" não é radicalização. O RADICAL ESTÁ NAS AÇÕES. Por exemplo: ninguém aqui conheceria Hittler se o mesmo não radicalizasse, matando judeus e julgando ser a raça ariana superior. Se ele fosse um cara que só pensasse e ficasse na dele, talvez nem teríamos a 2ª Guerra Mundial.
É por isto que não sou radical. Não encho o saco de ninguém que ouve de tudo ou que ouve outras porcarias ou que, até mesmo, seja bicha, mas quando me perguntam "Você só ouve rock?" e eu respondo "Sim", me taxam como radical. É mole? Na verdade, radical é quem faz a ação de me perguntar: você só ouve rock?
Daqui a pouco vão me achar radical por só gostar de mulher...
Eu gosto do que é bom. Por exemplo: gosto de Chico Buarque, mas, se me perguntarem quantos discos eu tenho, responderei nenhum (minto). Mas olha só: se formos analisar criticamente, o Chico Buarque foi um dos primeiros punks do Brasil (e, por que não, do mundo), já que, em 1966, se lançara no 2º Festival de Música da Record (o maior "festival punk da história"). Quer atitude mais punk do que contestar a Ditadura Militar na caruda? E olha que, o punk oficial, surgiu em Nova Iorque em 1975 (praticamente 10 anos depois). Rola até uma tese de mestrado sobre o verdadeiro nascimento do punk, para quem quiser se aventurar...
Chico Buarque punk? É isto que venho tentando dizer em posts anteriores: rock and roll não é só música. É forma de vida! Porra, veja a história de Nelson Gonçalves, Darcy Gonçalves, ou dos romancistas Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Castro Alves e demais mal do século - que inclusive foi nome de uma banda de rock respeitada em Rio Preto. A vida destas pessoas foi muito rock n´roll e, que eu saiba, os romancistas do mal do século não ficavam variando no tipo de escrita. Era tudo bucolismo, melancolia, injustiça social, pessimismo e desgraça em geral. Então, esses caras foram radicais também? Eles escreviam sobre o que viviam, cacete! E eu escrevo sobre rock n´ roll, pois eu vivo o rock n´roll e escuto o rock n´ roll. (Sábias palavras de Xando Xiospork que desencadearam na criação deste blog*...).
Pela última vez: Sim! Eu só ouço rock. Mas se você achar que rock é só música, me taxará como radical, mas o radical será você! Tenho certeza que alguns ainda não me entenderam. O que eu quero dizer é que eu vejo (ouço) o rock and roll em artistas que não tocam rock and roll. Agora foi?
"Boêmia aqui me tens de regresso e suplicante te peço a minha nova inscrição..."
* texto de apoio: Por que Rádio Canalha?
http://radiocanalha.blogspot.com/2010/10/por-que-radio-canalha.html
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Tom Cabeleira - O Pequeno Grande
- Hey Tomzinho! Você vai no aniversário do Fábio?
Esta era uma pergunta tipicamente idiota! É claro que o Tom iria ao aniversário do Fábio - seu melhor amigo de infância. O pequeno Tom cursava a antiga 2ª série do ensino primário (atual 3º ano do fundamental I) junto com seu amigo Fábio e Camila. Sem dúvida alguma, a Camila fora sua primeira paixão. Infelizmente, naquela época o Tomzinho não se parecia em nada com o Tom Cabeleira que veio a se tornar, salvo o rock n´roll dos Beatles que não saía de sua cabeça.
Líder nato, Tom era destaque da galera, porém, nunca havia “chegado” em uma garota, afinal, tinha lá seus sete anos. Talvez, hoje isto possa parecer ridículo, mas na sua época, pegar na mão de uma menina na frente de todos era um feito daqueles! Beijar uma então...
Como toda festa de criança, havia muito guaraná, cachorro-quente e brinquedo, além de uma porção de gurís correndo pra lá e pra cá. Um deles era Tom, outro era o aniversariante Fábio e outra era, claro, a paixão de Tom: Camila. O problema é que Tom era uma criança “estragada”. Vivia com os braços cheios de arranhões da sua gata de estimação; tinha os dentes tortos, que naturalmente nasceram com ele; seu cabelo era curto raspado na três e, quando crescia um pouco, os quatro roda-moinhos que tinha apontavam um conjunto de espeto. Um, em especial, ficava na franja e dava-lhe um caráter ala Élvis the Pélvis, mas mais puxado para um galo encrenqueiro; e para piorar, o óculos fundo de garrafa fodia de vez a aparência do pequeno Tom.
Já Camila era extremamente o contrário. Linda, cabelo castanho liso de criança, olhos cor de mel, pele morena bem clarinha, boquinha vermelha puxada para o rosa. Uma princesa de fato! Todos a queriam, mas só Tom era cara-de-pau o suficiente.
O bolo nem havia sido cortado, e Tomzinho se encontrava no fundo da casa, numa sala feita exclusivamente para abrigar brinquedos. Havia muita coisa ali! Desde lego e playmobil, passando pelos clássicos quebra-cabeças, dama, xadrex e chegando aos mais rebuscados, como uma pequena mesa de pimbolim - que era atração do local. E é claro, lá estava Tom arrasando no pimbolim. Galanteador nato, quando jogava contra as meninas dava uma de “joão-sem-braço” e deixava as garotas marcarem gols, mas nunca deixava elas ganharem. Quando o jogo apertava, ele apelava para suas habilidades e virava a partida. Mas a pior partida aguardava na fila: Camila.
Tom ganharia de todos que estavam na fila só para jogar com Camila. E assim o fez. Aproveitou-se para se exibir e deu uma “lavada” nos amigos – o que era estranho, afinal, quando jogava contra as meninas, levava um monte de gols. A hora da “pior partida” chegou. Tom sabia que aquele momento era mágico, pois não estavam na escola. Era diferente. A começar pelo céu que, escuro, substituía o clarão das tardes escolares. Outra diferença era a roupa: a Camila estava linda! E última diferença... Pela primeira vez Tom ficara a sós com Camila.
Um a um, as outras crianças foram saindo da sala de brinquedos atraídas sei lá pelo o que. Talvez fosse um doce ou aqueles bexigões cheio de balas e brinquedinhos. Tom foi pego de surpresa! Não esperava uma oportunidade dessas sem uma preparação. O mundo parou ali. A visão de Tom estava estranha: no centro e bem iluminada, Camila. Tom perdera a visão periférica. Não enxergava nada ao seu redor. O mundo ficou mudo. Tom mal conseguia ouvir o barulho da bolinha de pimbolim batendo nas paredes da mesa ou nos “hominhos de futebol”. Seu ouvido começou a pulsar latejantemente e, junto com o coração estourando em seus ouvidos, veio um barulho de microfonia que só Tom escutava. Era a primeira vez que Tom perdia a razão. Tom estava conhecendo o seu lado emocional apaixonado. Não sabia controlá-lo. A adrenalina (nem sabia o que era isto) cada vez mais forte dava a impressão de que ia explodir. Tom precisava fazer algo, mas o conflito entre a razão e a emoção o deixara bobo. E aí veio a cagada:
- Posso te dar um beijo? – intimou Tom.
A pergunta “do nada”, atravessada, de repente e sem noção, congelou a sala de brinquedo por alguns mili-segundos. Tempo suficiente para Camila usufruir de seu dom feminino de dar um fora nos garotos sem que os mesmos tenham reação.
- Cê é muito feio moleque! Cê acha que eu vou beijar você?
E saiu para a festa. Tom, ainda imóvel, tentava recuperar a consciência. Ele já havia ficado com o olho roxo uma vez, já tinha se esfolado no asfalto e passado por umas que não era para qualquer criança, mas aquela situação era a pior de todas. Não sabia de onde vinha o soco, mas doía. Era uma dor abstrata, aguda, estranha. Lágrimas ameaçavam escorrer ali mesmo, mas Tom era “homem demais” para se abater em público. Mas estava sozinho e no silêncio. Estava difícil agüentar. Não possuía pêlos pelo corpo, mas sua pele arrepiou e veio um frio seco e emudecedor. Instintivamente, sabia que se ficasse ali cairia aos prantos. Precisava voltar para a festa, mas não estava pronto para rever Camila. Com certeza ela já teria contado para suas amigas que debochariam de sua cara na frente de todos e isto desencadearia uma reação em cadeia fatal para Tom.
Tonzinho era muito novo para agüentar isto. Desde cedo suportara ser rejeitado ou esquecido pelos pais que nunca compareciam nas apresentações da escola. Sua mãe, nunca tinha tempo e vivia viajando por causa do trabalho; seu pai até prometia, mas nunca comparecia. Quando ainda cursava o chamado pré-primário, houve um dia especial na escolinha. Algo relacionado com a páscoa. As crianças colocariam máscaras de coelho e cantariam uma canção para os pais. A mãe de Tom não podia ir. O pai disse que ia. Feliz da vida, Tom avisou ao perueiro que não precisava esperá-lo, pois voltaria para casa com seu pai. A apresentação ia chegando, os pais aglomerando e abraçando os filhos e Tom, mais uma vez, sozinho. A desgraça da apresentação começou e ele lá, se sentindo um idiota, cantando para o vago. Ao fim da apresentação, todos os amiguinhos com os seus pais e, o Tom, sozinho. Esperto que era, correu para frente da escola para ver se conseguia “pegar” o perueiro ainda ali. Por sorte (ou por experiência do perueiro), a Kombi ainda se encontrava no estacionamento. Na maior humildade e com cara de humilhação, Tom perguntou ao Tio Fernando (perueiro) se ele poderia deixá-lo em casa. É claro que sim. Tom chegou em casa, sozinho, foi para o quarto e continuou sozinho. Provavelmente, horas mais tarde haveria ainda de ser espancado pelo seu irmão por alguma bobagem rotineira, como relar o dedo no violão dele ou não querer trocar de canal.
Quanto a isto, Tom estava vacinado. Tinha sete anos de experiência. Mas agüentar a humilhação do “fora de Camila” na frente de todos seria “barra” meu. Parecia que tudo perdera sentido. Tanto fazia se Tom olhasse para a direita ou para esquerda, se pensasse em sentar ou ficar de pé. Tom estava inóspito, ainda sem reação e sem saber o que fazer.
Sozinho e fodido. De novo.
Eis que uma boa alma apareceu. Era a mãe de Fábio que notou que o melhor amigo do filho estava sozinho e esquisito na sala de brinquedos. Era hora de se segurar. Havia uns 10 minutos que Tom não pronunciava uma só palavra. Teria que fazer força para sair qualquer som de sua boca sem escorrer lágrimas e soluçar. Rapidamente, Tom desenvolveu uma tática para suportar e esconder a dor: converteu o amor em ódio. O ódio dava forças ao Tom.
Indagado pelo o que fazia sozinho na sala de brinquedos, Tom logo respondeu que estava procurando um carrinho e se mandou para a festa. O ódio agora fazia Tom mirar todos como um caçador. Quem se atrevesse a humilhá-lo, levaria uma porrada daquelas. Todos entenderam o recado, mas muito não sabiam porque. Tom estava agressivo. Porém, muito provavelmente foi o instinto materno de Camila e suas amigas que protegeu Tom, poupando-lhe da humilhação. Mas o mais estranho era que Camila e as amigas não caçoavam de Tom e nem o tratavam mal. Pelo contrário. Camila até sorria mais e as amigas ficaram mais receptivas. Mas Tom não pensava. Agia. Estava sob o instinto – o único que o entendia ali.
Protegido pelo ódio, Tom aos poucos amolecia o rosto, interagindo com a festa, mas sempre pensando no que ocorrera na sala de brinquedos.
A festa foi se encerrando e, quando os pais de Camila chegaram para buscá-la, Tom teve duas sensações: a primeira foi de alívio. Acabou! A outra foi de tristeza... Não muito mais tarde, sua mãe chegou para buscá-lo. Em casa, não conseguia dormir. Queria chorar, mas ele dividia quarto com seu irmão. Sabia que se o acordasse, não receberia a compaixão e o afeto do brother, mas sim, uma zombação ou até mesmo uma porrada por tê-lo acordado. Mais uma vez, Tom estava encurralado e explodindo por dentro silenciosamente. Sua gatinha de estimação foi a única que se sensibilizou. Ela deixou de ser arisca e começou a lamber as lágrimas que saiam amargamente dos olhos de Tom. Porém, seus soluços o denunciava. E entre um soluço e outro, seu irmão respirava mais forte, como se fosse acordar. Era arriscado continuar na cama.
Lentamente e sem fazer barulho, Tom se levantou e, vagarosamente, abriu a porta, passando a rumar para a cozinha. Pegou um copo d’água, mas não estava com sede. Bebia a água, mas não fazia efeito algum. As palavras de Camila vinham-lhe a cabeça em alto e bom som. Rebobinou a cena milhares de vezes. Não se conteve. As lágrimas acumuladas saíram de uma vez, como se fosse uma hidrelétrica explodindo. Tom só conseguia olhar para o chão. Lá embaixo, sua gatinha com o pescoço virado para cima olhava-o querendo dizer: eu estou aqui! Tom sentou-se no chão, encostou as costas no armário da pia da cozinha e, recebendo o agrado da gata, custava a aceitar a situação. Queria voltar no tempo. Desfazer o que foi feito. Custava a esquecer. Alterava-se entre o amor e o ódio. Quando o amor vinha, o ódio o endurecia para protegê-lo, mas não por muito tempo, pois o amor era grande. E nessa alternância, Tom continuou por horas. Quando enfim não havia mais lágrimas, ele se levantou ciente de que, quando acordasse, seria outro. Um dia essa história vai mudar... E assim, o pequeno Tom foi dormir. Pequeno na idade, mas muito calejado no coração. Erga-te guerreiro e faça-te o grande Tom Cabeleira!
por HUGO PEZATTI
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Então Vamos Falar de Rock n´ Roll
Saca "o grau" em que está o bicho... Quem faz isto hoje em dia? - Parte 1
O bêbado errante tocante... - Parte 2
Obs: se eu gosto de Raul Seixas, eu represento os mais novos de sua geração. Se para Raul o rock morreu em 1959, eu preciso pesquisar o porquê. Alguém me ajuda?
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Eu, eu mesmo e Kekaula.
Quer um som belezinha, feito por quem manja de rock, com uma mina PODEROSA no vocal?
Tá ai mano véio!
A bagaça chama-se Bellrays e a mochacha dona do berrador é a Lisa Kekaula. Tá certo que os chifronésio não ajuda.. hahahahah... Mas saca as guitarras e cozinha dos meninos!! Demais literalmente!!! Drives no talo e o vocal quebrando tudo.
Clipe Maneiro!
Olha o cover!!
Uma banda que prima por ser independente mandando um som de qualidade! Raro! Enjoy Canalhas!!!
Daqui algumas horas, em breve num cinema perto de você o podcast!!!
"Se você tem uma mente aberta e quer um desafio em sua vida, então esse é o lugar onde você para e ouve. Se você precisa de alguém para lhe dizer aonde ir, vá ao site da Kelly Clarkson. Agora diga-nos o que nós somos, depois conte aos seus amigos se você gostou ou não" por Bellrays na sua página.
E para terminar uma influência de Lisa provando que a mina é do caralho mesmo!
Xando Xiospork gosta de mina pelada, cerveja gelada e farofa estragada.
domingo, 7 de novembro de 2010
Tom Cabeleira em: quando a vida vale a pena
Do lado de fora, a comitiva de imprensa os aguardava...
por HUGO PEZATTI