Essa semana noticiou-se muito sobre a “limpeza” que está acontecendo no Rio de Janeiro. Os comentários e reações sobre as operações de invasão das favelas, apreensão de armas e drogas são variados. Tem quem ache ótima a intervenção militar nos morros por segurança e diminuição da criminalidade (será mesmo??), tem quem fique puto, já que prenderam tanta droga significa que ela vai ficar mais cara (lei da oferta e procura). Mas a minha indagação é outra. Pensemos nas famílias que lá moram e de maneira direta ou indiretamente convivem com o tráfico e dalí, de alguma maneira que não só a venda de drogas, tiram seu sustento. Grande parte da receita existente nessas comunidades de alguma maneira tem ligação com esse “comércio”. Sem essa renda, qual a alternativa oferecida a essas famílias que até hoje se viram pra sobreviver com recursos essências para a vida em níveis ridiculamente baixos. A falta de saneamento, energia elétrica irregular e outros tipos de comodidades tão banais pra nós diariamente, mas que em locais como aqueles encontram maneiras digamos, alternativas de se instalarem. Como fica o estado, zelando por uma comunidade que vive na gambiarra, ligações clandestinas, ausência total de registro territorial, inexistência de qualquer planejamento pela administração pública nas vias de acesso e serviços básicos como escolas e hospitais.
Toda essa ação militar até agora só passou uma mensagem para o Brasil, “Estamos retomando território para a segurança da população!” – Mas a segurança de qual população? A que lá mora e hoje está engatinhando para escapar das balas, ou a que passeia no Leblon ao entardecer? E o menino que dava o dinheiro que ganhava como aviãozinho do tráfico para ajudar em casa, vai ter emprego, estudo e estrutura pra mudar de vida ou vai assaltar o caminhante do Leblon?
Essa falsa idéia de segurança é passada facilmente com um fuzil na mão. E amanhã? E daqui 10 anos?
Muito maior que a intervenção militar deverá ser o planejamento social para as áreas “retomadas”. Será que o Brasil pode realmente oferecer algo além de balas para essas pessoas?
Leandro Faustino
Soa estranho falar que o Brasil "pode realmente oferecer algo além de balas"... [risos].
ResponderExcluirO negócio é legalizar as drogas. Usa quem quer, compra quem quer e fica por isto mesmo. Na vida, nada deveria ser proibido. Nada. Parece radical e tal, mas a própria selvageria daria um jeito nos "infratores" em geral.
Esse negócio de regra não tá com nada.
eu vou comprar uma nova vara de pescar e vou me mudar para o pantanal....
ResponderExcluirVerdade Hugo, antes podia oferecer bala, doce, papelote e etc, mas agora a polícia tá em cima.
ResponderExcluircompartilho o pensamento. Temos exemplos práticos, o mais recente a califórnia que encontrou aí uma maneira de arrecadar mais impostos. E o marrocos que tem grande parte de sua economia baseada em cannabis, com o perdão do trocadilho.
Cabe ao governo do estado instalar além das UPP escolas que ensinam informática, teatro, musica,dança, futebol,natação, vôlei. Digo porque foi feita a limpa dos traficantes mas a nova geração que aprendia a ser mais um e a substitui-los estão na rua...ou seja, hj num tem traficante e daqui 5 anos teremos novos lideres, por isso...é importante investir na ocupação destes adolescentes ou talvez futuros marginais
ResponderExcluirhauhauahua. Gostei do termo "perdão do trocadilho". Vou copiá-lo daque pra frente! E nada de cannabis; o lance é xoxotabis!
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