segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Bruna Surfistinha - previsões

Elas vão odiar! Eles vão se questionar! A causa disto tudo: Bruna Surfistinha.

Primeiramente, ela lançara seu livro autobiográfico “O Doce Veneno do Escorpião – O diário de uma garota de programa” (2005), e agora teremos Deborah Secco interpretando a Bruna Surfistinha em um filme baseado nesta obra - que deverá ser lançado em 25 de janeiro de 2011.

Quem teve a oportunidade de ler o livro deve ter sentido alterações de emoções, uma vez que o mesmo foi em parte escrito em “flashback´s” (hora ela mocinha na casa dos pais em Sorocaba – Raquel Pacheco - hora ela uma garota de programa – Bruna Surfistinha). A partir do momento em que o livro passa a narrar apenas a vida de prostituta, passamos a sentir (pelo menos nós homens) o tesão se alterando com o desconforto.

O desconforto está nas revelações que ela fez (claro, protegendo os nomes de seus ex-clientes) descrevendo os seus programas. Alguns pagavam apenas para ficarem conversando, pois se sentiam sozinhos; outros chegavam a pagar para que ela os comessem. Era mais ou menos assim: “você tem brinquedinhos?” - perguntavam. “Sim, tenho!” - ela respondia. Neste momento ela já traçava o perfil do cara. Era quase certo que seria ela quem o comeria. Vamos a um trecho do livro (pág. 111, parágrafo 2):

“No primeiro tempo, quando comecei a chupá-lo, ele de cara me pediu para fazer um ‘fio terra’. Ok. Esse, fiz sem dó. Então, ele pediu para que eu colocasse a cinta que tem um p... de borracha acoplado (óbvio). Mas ele já tinha perguntado pelo telefone se eu tinha, então não foi nenhuma surpresa. Com o p... em mim, me transformei no ‘Bruninho’ e ele se tornou minha fêmea. Não fizemos nada demais. E ele nem desmunhecou. Apenas o comi ‘de frango assado’, enquanto ele batia uma punhetinha. Depois, pediu para eu sentar na beirada da cama para que ele sentasse no meu p... E ele gozou assim. Acho que comi ele gostoso. Segundo tempo: foi a vez de ele me comer. Cavalguei, dei de quatro, mas ele gozou de novo na punhetinha”.

Ok! Mas a minha intenção não é ser sensacionalista, moralista ou criticar a “Maria Madalena”. Meu objetivo é refletir sobre o impacto do filme no Brasil. Principalmente nos adolescentes, facilmente maleáveis e sem opinião formada – claro, eles estão na fase de descobertas.

Enquanto a obra ficou trancafiada no livro, apenas as 140.000 pessoas que o compraram (estou nestas estatísticas) e mais alguns amigos destas pessoas tiveram acesso. E cá entre nós: aquele que lê (seja lá o que for), tem uma opinião formada melhor do que aquele que “só vê figurinhas”. Ou seja, o impacto social (se é mesmo que se pode usar este termo) do livro enquanto livro foi mínimo. E o impacto social do livro enquanto filme?

O que estou querendo dizer é que pessoas (crianças) despreparadas irão ver este filme e, se ele for fiel ao livro, o que teremos? A eleição de uma prostituta como heroína? A legalização da prostituição? O questionamento sobre a doutrina católica acerca de Maria Madalena?

Os meninos ficarão chocados se o filme exibir algumas cenas do livro, mas irão se auto-afirmar machos, dizendo que o “enrabado” é viado; já os meninos que não sabem se são meninos ganharão um incentivo; as meninas chamarão a Deborah Secco de vadia, biscate e baranga, pois sentirão a concorrência forte; outras irão aderir à onda do bissexualismo (bandeira levantada por Bruna Surfistinha); e outras, em uma probabilidade mais remota, poderão pensar: se ela pode, eu posso!

Mas isto são só previsões ridículas e medíocres. Antes, acontecesse alguma coisa, mas, na prática, aqui no Brasil não vai virar em nada (pra variar...).

Site: www.brunasurfistinhaofilme.com


por HUGO PEZATTI, fundador e baterista da banda Pronúncia, historiador graduado pela UNESP de Franca, professor do ensino fundamental e médio. Contato: pronunciarock@yahoo.com.br

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