terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cybervício

Voltar pra casa dos pais? Puts... Isso é foda! No meu caso foi foda porque fiquei morando quatro anos em outra cidade - devido à faculdade. Me formei. E voltei pra casa. Ou melhor... Pra casa da minha mãe, afinal, minha casa tornou-se minha república.

Lá as regras eram outras. Aliás... Praticamente nem existiam. Aprendi a dormir na hora e com quem me desse na telha, a criar resistência aos banhos frios – fruto das contas de luz atrasadas -, a tolerar a louça suja – até escondê-las, deixando apenas 4 pratos, 4 copos, 4 garfos, 4 facas e etc (morávamos em quatro) -, a dormir com barulho, a trocar o chuveiro, a brigar com imobiliária e a resolver problemas de adultos; entre outras coisas. E voltei para casa da minha mãe. Puts!

O trabalho logo veio. A grana que tava entrando era legal. Como não sou bobo nem nada, achei melhor esperar o próximo ano. Sabe como é, né? Já dava para eu morar sozinho, mas quem ia me garantir que no próximo ano continuaria empregado ou ganharia a mesma grana? Por precaução resolvi esperar. Porém, surgiu uma oportunidade daquelas, sabe? E dez meses depois (faltava pouco para virar o ano) fui morar sozinho – na mesma cidade em que a minha mãe. Paz novamente! Beleza!

Dessa vez não dividiria aluguel com ninguém. Chega de contas e aluguéis atrasados! Tudo seria do meu jeito e no meu tempo. Se eu quisesse que a louça amanhecesse suja, ela amanheceria e ninguém me encheria o saco. Se eu quisesse que a pia amanhecesse limpa, amanheceria e não teria que brigar com ninguém para isso. Ufa! E pra quê televisão? Ela só emburrece! Não... O lance vai ser o livro e a música. Sim... Tudo que eu quisesse ler, um tocador de vinil e um violão. Televisão? Só DVD! Nada de plugar canais! Era tudo que eu precisava. O resto que se foda-se!

Mas eu tinha que arranjar um computador... Pra trabalhar. Sabe como é... Sou professor... Preciso elaborar minhas provas. Sabe como é... Sou músico, preciso divulgar minha banda. Quem diria... Hoje, 3 anos depois, sinto falta da televisão. Aliás... Dos canais de televisão. Da besteira inútil da TV. O DVD, vez e outra come quente aqui em casa, e é quando me lembro dos bons tempos da TV e desse vício infernal que estou sofrendo com a internet. Vai tomar no cu! Quando consigo me desprender dela, sei-lá, pegando um violão ou vendo um DVD ou ouvindo um vinil, penso: tenho que ficar menos no computador, olha como é bom isso aqui! Mas quando volto para ESTA porra... Puta que pariu, não saio mais! Fico horas e horas NESSA merda. Todo dia eu ligo o PC. E olha que nem sou viciado em MSN – aprendi a não me viciar nele, pois com MSN não consigo trabalhar em casa (fazer provas, corrigi-las e etc).

Há quem possa me dizer... Mas pelo menos você está produzindo conhecimento com ela... Só que isso não é tudo! Aliás... Isso não sou eu (ou só eu). E a diversão? A diversão real? Penso: quanto tempo eu perco com a internet? Quanto tempo ganho? Nessa balança, chego à conclusão de que mais perco do que ganho. Quanto tempo a gente gasta produzindo algo na internet?

Ah! Se eu conseguisse me controlar... É foda! Mas vou tentar.


por HUGO PEZATTI

5 comentários:

  1. Pois é caro canalha Hugo!
    É graças ao cybervício que a Rádio Canalha está prestes (finalmente) a dar um grande passo!

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  2. Pense bem, sem esse maldito vício não haveria Rádio Canalha, não haveria divulgação da banda, não gastaria tempo lendo notícias.. Mas concordo que, pra haver tudo isso, não é necessário o excesso. Mas fazer o que? Somos tão extremistas! Pelo menos conseguiu se livrar da tv! É claro, o vício na internet é ruim, mas no fundo, não sei se quero me livrar dele!

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  3. O négócio é sair d ainternet, sair pra curtir, e dessa saída trazer inspirações para a rádio canalha, ou seja, associar os 2.

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