terça-feira, 5 de outubro de 2010

EM BREVE...

1º semestre de 2010...

Parecia algo estático... Não me lembro bem se sentia frio ou se estava frio. Caminhei em sua direção e nada! Nenhuma reação... Entre mim e a “estátua”, folhas secas amareladas voavam ao vento. Eu sentia frio. E um calafrio também.

Era hora da verdade... Ou eu ou essa “estátua” tomaria uma iniciativa. Respirando fundo, movi meus braços. Os olhos petrificados logos se moveram... E em direção a mim! Ai caralho! – pensei. E não é que essa aberração estava viva mesmo?!

E que graça tinha agora?

Virei as costas, saí andando e a deixei por mais uma eternidade. (O legal era descobrir...). Dei um nome a ela – Cláusura de Ofício - e, então, o novo virou velho.

- Rosebud!

- Ahn?!

E a atrevida insistia! Tirou a roupa e, de pé em uma bacia, começou a tomar banho de abacate. Pois é... A-BA-CA-TE! Eu não sabia se ria, se olhava a pretuberância “Ohana” ou se observava a moça ao lado que há horas penteava-se de fronte ao espelho portátil.

Dois homens com máscaras de barro rodeavam o local puxando uma caixa de papelão e queriam dar a impressão de uma caixa pesada... A japonesa que estava comigo usufruía de sua ligeira vantagem oriental, pois com certeza não via as coisas como eu... Olhei para ela e disse:

- O dia em que eu entender isso aqui estarei louco!

E de fato: Só loucos para entender aquilo. E não é pra menos... Nem o presidente do Não Sei Que Lá (vai lembrar o nome agora...) das Artes do Rio de Janeiro entendia o que ocorria. Mas arte é isso mesmo! Cada um interpreta a sua maneira, de acordo com a sua visão. Por exemplo: adorei aquela menina tomando banho de abacate - embora não entendi bolufas da mensagem que ela quis passar... Mas esse meio é assim; fora da realidade. Nesse meio da para se duvidar de tudo. Até se eu fui!

Além de tudo, legal pra caralho era o espírito de coletividade... Bem hippie anos 60 e Os Novos Baianos anos 70... Não se cobrava nada para entrar, apenas pedia-se uma garrafa de vinho (mas não era obrigatório levar). E assim, a cozinha se tornara o reduto dos normais (os bêbados).

Nesse dia constatei na prática que, para se proteger da viadagem, nada melhor do que uma fêmea com você. Cada olhada de viado era um tapa na bunda da Japa, seguido de uma sacanagenzinha qualquer, claro! E quanto mais vinho ia, mais soltos ficávamos... Embora não fizemos nada ali, se eu transasse com a Japa, as pessoas parariam para olhar achando que seria uma exposição de arte. Até imagino aqueles olhares curiosos nos rodeando e tentando nos entender...

E acredite: por incrível que pareça ser, eu estava em um Festival de Arte de Apartamento, porém, feito em uma chácara! Não sabia se a chácara fazia parte do “jeitinho brasileiro” ou se era uma das artes de se fazer arte de apartamento em uma chácara... Não entendeu? Relaxa! Cê tá no espírito da coisa...

E foi juntando isso ao show solitário em my house, que salvaguardo a Noite da Arte Canalha Moderna de 1922. Não perca!



6 comentários:

  1. Nossa, o banho no abacate deve ter sido excitante. ou enojante, depende do ponto de vista.

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  2. Na verdade só falei enojante depois pra não parecer um tarado.

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  3. Hehehe. Pork´s, suas palavras são artes?

    Leandro... Que se dane o abacate! KKKKK.

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  4. eu não tinha nada melhor para escrever.

    by Xando Anonômino

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  5. Canalha Hugo, cada lugar que você vai...

    Abacate é foda!

    E viva a Radio Canalha! (e o que mais está por vir)

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